- Achas que estás em condições de conduzir? – Disse o David. Eu fiquei mais vermelha que um tomate.
- Sim, estou. Eu já estou bem obrigada.
- E se tens um acidente?
- Outro? Isso também já era muito azar. - Disse eu rindo-me.
- Não brinques com coisas sérias Inês.
- Eu não estou a brincar. A sério que estou bem, não te preocupes e eu tenho de ir
que a fila já andou e eu estou com pressa. Mais uma vez, obrigada.
- Tem cuidado contigo, adeus.
- Adeus.
Ambos ainda olhamos para trás e sorrimos.
Foi bom tê-lo conhecido, mas já tinha acabado. Não podia durar mais, eu e o David
nunca poderíamos ser amigos. Ele era famoso e eu não passava de uma rapariga normal.
Porém, ele não me saia da cabeça, era algo forte que não conseguia controlar.
- Bia ? Bia?
- Ah, desculpa Inês, estava distraída.
- Pois eu até posso imaginar em que estavas a pensar. – disse a Inês rindo-se em
seguida.
- Não comeces.
- Eu não, só quero que me expliques o que se passou para o David, sim, o DAVID
LUIZ , vir falar contigo.
- Não se passou nada de mais.
- Achas que eu sou burra? Bem, até posso ser mas para isto não.
- Ok, ok Inês, eu conto-te mas só depois de chegar-mos a minha casa.
- A tua casa?
-Sim, porque?
- Porque vais-me pagar o jantar ou já te esqueces-te?
- Não, não me esqueci. Eu vou-te pagar o jantar mas vamos jantar em minha casa. -
disse eu esboçando um largo sorriso em seguida.
A Inês disse qualquer coisa depois, mas sinceramente nem percebi, pois voltei a
pensar nele, eu não podia pensar nele, estava completamente proibido isso acontecer.
Finalmente chegamos a minha casa. Como eu já sabia não tinha lá ninguém.
Subi até ao quarto e a Inês seguiu-me. Deitei-me em cima da cama e a Inês sentou-se
aos meus pés.
- Podes começar. – disse ela com o seu sorriso maravilhoso.
- Começar com o quê? – perguntei eu , fazendo-me de desentendida. Eu sabia o que ela
queria, queria saber o que se tinha passado de tarde mas eu, por um lado queria lhe
contar mas por outro não, pois ao contar-lhe estava a dar demasiada importância ao
que aconteceu. Não é que não tivesse essa importância, porque teve, mas eu tinha de esquecer o que se passou, em especial esquecer que tinha conhecido o David.
- Oh, não te faças de desentendida, sabes bem o que quero saber.
- Não Inês, asserio que não sei.
- Quero saber o que se passou esta tarde.
- Esta tarde? Bem, enquanto foste para o treino, eu fui até á praia e depois fui ter
contigo.
- Não te faças de engraçadinha Bia, o que se passou com o David?
- Ah isso.
- Sim, isso. Anda lá Bia estou a morrer de curiosidade.
- Não foi nada de mais. Quando ia ter contigo ele veio com o carro para trás e quase
me atropelou, depois ajudou-me e levou-me ao médico do Benfica e depois eu agradeci-
lhe. Como vês nada de muito empolgante.
- Posso fazer-te uma pergunta Irmã?
- Claro que podes.
- Tu não sentiste mesmo nada?
- Como assim?
- Tipo, não sentiste nada de especial?
- Tirando a parte de estar perante o DAVID LUIZ jogador, não, nada de mais. Mas
porque essa pergunta?
- É que eu já me tinha cruzado com ele algumas vezes e fiquei interessada nele e
consegui o número dele. E hoje ia-te perguntar se não te importavas que eu começasse
a falar com ele, mas como se passou isto hoje tinha medo que também tivesses ficado interessada.
- Não, podes estar á vontade Inês. – Era claro que eu tinha sentido algo, não o poderia negar, mas também não o poderia dizer á Inês, se ela estava interessada e se isso a fazia feliz eu teria de me habituar á ideia, mas ele, ele não me saia da cabeça. Aquele sorriso, aqueles cabelos e aquele olhar não me saiam da cabeça.
-Ainda bem Irmã, eu não ia fazer nada que interferisse na nossa amizade.
Ambas sorrimos.
Descemos ao piso de baixo e fomos jantar. A D. Amélia tinha deixado carne assada e arroz no microondas para nós aquecermos.
Comemos e a Inês falava e falava e falava mas eu, eu não estava bem. Eu não conseguia deixar de pensar nele e nela. Não conseguia deixar de pensar no David e no que se passou e não conseguia deixar de pensar no que a Inês me disse. Ela era a minha melhor amiga e se ela queria estar com o David eu não me ia meter no meio, por muito que me custa-se.
Por mais que eu tentasse negar aquele momento com o David não me foi indiferente, eu senti algo mas tipo, ele é o David Luiz não é uma pessoa comum, mas mesmo assim eu vou tentar não me meter no meio de eles os dois.
Eu e a Inês subimos para o quarto e a Inês decidiu ligar ao David, visto que ela conseguiu arranjar o numero dele, eu apoiei por muito que me doesse.
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