sábado, 26 de fevereiro de 2011

35º Capitulo - "Deixe de ser cabeça dura e diga que me ama."

Olá Meninas (;

Eu penso que nao estão a gostar do desenrolar da fic. Pelo menos é essa a impressão que tenho. Que só lêem porque é o habito e nao porque a fic vos motive.

Se tiverem alguma sugestão a fazer, façam a sério. Ou por comentáio ou por mail.

Desculpem se vos estou a desiludir ;x

Beijinhos*

Nii'i

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Depois de o David sair do quarto eu deixei sair tudo o que sentia. Chorei pelo “amo-te” que não lhe disse, chorei por enquanto nós éramos um só eu não lhe ter dado mais certezas do que sentia por ele, chorei por ter sido egoísta e só ter pensado em mim na altura em que ele mais precisava de mim do seu lado, chorei mas acima de tudo pensei. Eu é que tinha provocado isto tudo, o acidente, ele ter desistido de mim, tudo. Sou desperta destes sentimentos pelo menos telemóvel.

- Olá Javi.

- Bia?! Como é que tu estás? Já sei do que se passou… - Ele estava realmente preocupado mas tive de o interromper.

- Calma sim? Eu estou bem, não foi nada de grave.

- Mas porque Bia? Porque sais-te daquela maneira de casa do David?

- Ah bom, ele contou-te tudo mas essa parte não. Grande lata a dele.

- Porque?

- Porque ele disse ao Ruben que acabou de vez, que ia aceitar um convite da Carolina para ir sair hoje á noite e que mesmo que eu viesse ao Brasil para falar com ele, ele não me iria desculpar. Javi, ele tem razão, fui eu que criei isto tudo. A minha mãe sempre dizia “tu vais-te deitar na cama que fizeres”, fiz mal a minha cama agora não há volta a dar. Eu tenho de seguir com a minha vida, como ele fez com a dele. –
Já caiam novamente lágrimas dos meus olhos.

- Oh Bia, eu não te quero ver assim.

- Eu hei-de ficar bem, eu sei que sim.

- Eu tenho de desligar que a tua mãe está a chegar a casa e eu tenho de lhe dizer que vou voltar para Lisboa.

- Aí vais? E porque?

- Porque a Margarida voltou para Lisboa.

- Está bem.

- As melhoras. Porta-te bem.

- Ok chefe. – Rimo-nos os dois. – Beijinhos.

- Beijinhos.

Mal desliguei a chamada do Javi, assustei-me com uma voz.

- Cê acha que eu posso ser feliz sem você ao meu lado?

- Que susto David! – Ele estava encostado á porta com os braços cruzados.

- Não muda de assunto.

- Eu á bocado pedi para ires embora. – Atirei sem o encarar nos olhos.

- E eu fui. Mas voltei. – Ele aproximou-se e colocou o dedo no meu queixo levantando-o. – Olhe pra mim.

- Que foi David? – Disse, olhando-o nos olhos.

- Deixe de ser cabeça dura e diga que me ama.

- Amo-te.

- Tava a ver que não. – Não respondi, apenas o beijei.

Durante toda a minha vida fui guiada por inseguranças e incertezas, desta vez não.

Eu só tenho uma certeza que é que amo o David. Aprendi que, somos nós que temos o comando que controla a nossa vida, só temos de o saber usar.

O médico chegou pouco depois e deu-me alta. Entramos dentro de um carro preto, não o
conhecia mas era o David que o conduzia.

- David, onde é que vamos? – Perguntei pouco depois de ele ter arrancado.

- Vamos para minha casa.

- O quê?! Eu não devo ter ouvido bem.

- Sim, ouvis-te muito bem. Você até já a conhece e tudo.

- Eu não posso David.

- Porquê? – Ele tirou os olhos da estrada e olhou para mim.

- Olha para a estrada. – Ele assim o fez. – A tua mãe não é propriamente minha fã, digamos. – Disse eu, lembrando-me da conversa em casa dele.

- Não diga isso meu amô.

- É a verdade David.

- Mesmo que seja, ela vai aprender a gostar de você. Porque você vai ficar comigo durante muitos anos.

- Oh Dê…

- Oh nada. Tá decidido. – Olhou-me e sorriu.

O resto da viagem foi feita entre brincadeiras. Tentei não pensar mas a verdade é que a reacção que a mãe dele teria assustava-me bastante. Chegamos. Ele estacionou e
saiu do carro. Olhei pela janela e vi a mãe dele a vir em direcção ao portão. Fiquei sem reacção.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

34º Capitulo - "David, se alguma vez me amas-te deixa-me por-favor."

Olá meninas ;D

Em primeiro lugar quero dizer que este capitulo é pequenino :x mas vou tentar postar mais rapidamente, espero assim pelos vossos comentários :D

Em segundo queria dizer que criei um novo blog, nao tem nenhum fic, apenas textos e poemas meus. Visitem e deixem lá a vossa opiniao http://ailhadossentimentos.blogspot.com/ :D

Beijinhos

Nii'i

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( David )

Já estava a duas horas no hospital e nada de notícia dela. Estava a desesperar. Nem tinha ligado pra minha mãe nem pra Belle. Não as queria preocupar e não sem antes falar com ela. Sim, falar, ela tinha de estar bem. Se deus quiser não vai ser nada não.

- Familiares de Beatriz Vale?

- Sou eu.

- O senhor o que é em relação á doente? – Ora uma pergunta que também eu gostava de saber a resposta.

- Sou namorado.

- Então acompanhe-me.

- Doutor, como tá ela?

- Está livre de perigo e daqui a nada já venho trazer a alta. Mas ela precisa de descansar muito. É esse o quarto. Volto já cá.

- Obrigada doutor.

Abri a porta devagar para o caso de ela estar a dormir, mas não, ela estava acordada a olhar para a janela.

- Como cê tá? – Ela pareceu ter-se assustado com a minha voz.

- Estou bem. – Aproximei-me.

- Dói-lhe alguma coisa? – Tentei dar-lhe a mão mas ela retirou-a de imediato.

- A única coisa que me dói é o coração. – As lágrimas começavam a cair-lhe.

- Que tá passando? – Eu não tava entendendo.

- Eu ouvi TODA a tua conversa com o Rúben. Deixa-me sozinha preciso de pensar.

- Mas Bia…

- David, se alguma vez me amas-te deixa-me por-favor. – Como ela podia questionar que a ama? Depois de tudo, como? Não disse mais anda e sai do quarto, fazendo assim o que ela me pediu, por muito que isso me custasse.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

33º Capitulo - "Não ia conseguir viver sem a garota que me pôs a amar de verdade."

(David)

Quando desliguei a chamada do Rúben ouço a porta do meu quarto a fechar com muita força. Levantei-me e fui até á cozinha pra saber o que se tinha passado.

- Mãe, Belle, qual das duas bateu assim a porta do meu quarto?

- Tu não a viste? – Perguntou-me a Belle.

- Não vi quem?

- A moça. – Respondeu minha mãe.

- Que moça? – Não tava entendendo nada do que elas falavam.

- Uma moça. Eu encontrei ela na rua onde tem aquela grande fábrica de motas, cê sabe né? – Afirmei com a cabeça. – Pronto, ela me disse que vivia em Portugal mas estava de férias com os seus pais aqui e que era sua fã. Eu ouvi e convidei ela para vir aqui falar consigo. Disse onde era seu quarto e ela foi mas passado um tempo ela passou por aqui a correr e a chorar. A mamãe aidna perguntou se estava tudo bem ela disse que não mas que ia ficar e saiu assim. Pensei que cê tivesse falado com ela.

- Não falei não. Não vi nenhuma garota no meu quarto. Ela disse como era seu nome?

- Disse. Se chama Beatriz mas disse todos tratavam ela por Bia. – O meu parou.

Quando a Belle disse Bia eu só me lembrei de uma Bia, lembrei-me da minha Bia. Quer dizer, já não era minha na realidade mas para mim seria sempre a minha Bia.

- Meu filho, cê tá bem?

- Não mãe, tou tudo menos bem.

- Que passou mano?

- Eu não tenho a certeza mas acho que essa garota é a minha namorada, ou melhor, ex-namorada de Portugal.

- Porque cê diz isso?

- Porque primeiro ela se chama Bia e segundo porque eu tava dizendo ao Ruben que não queria nunca mais andar com ela de novo.

- E é mesmo isso que cê quer?

- Claro que não, eu amo ela mãe. Amo mesmo ela.

- Então maninho, acho que cê fez besteira e da grossa. – Mal a Belle acabou de falar
saí correndo de casa. A minha mãe ainda me perguntou.

- Onde cê vai?

- Vou ser feliz minha mãe. – Ela sorriu e eu também.

Não sabia o que fazer e então liguei ao Ruben.

- Tou meu irmão?

- És mesmo melga. Ainda agora desliguei e já me estas a chatear outra vez? Sabes, ao contrário de ti tenho coisas mais interessantes para fazer.

- Cala a boca. A Bia está em Lisboa?

- Achas que eu ando a segui-la para saber?

- Isto é sério.

- Pronto. A Bia vai matar a Inês mas tudo bem. A Bia foi viver de vez para o Porto com a mãe. Ela partiu ontem de manha para lá com o Javi.

- Com o Javi?!

- Sim. – Não disse nada e desliguei. Tinha de ligar ao Javi. Já tinha tentado ligar á Bia mas ela tinha o telemóvel desligado.

Ele atendeu ao segundo toque.

- A Bia tá consigo?

- Clama. Não. Pensei que ela estivesse contigo.

- Comigo? Mas o Ruben me disse que ela tinha ido para o Porto.

- Sim e partiu ontem a noite para o Brasil. Para ir ter contigo. Porque ela não consegui estar sem ti meu.

- E ela já chegou?

- Sim. Ela ligou-me mal aterrou. – Desliguei. Comecei a correr por todas as ruas.

Conhecendo a Bia como conhecia só havia um lugar onde ela pudesse estar. Só havia um lugar onde ela poderia pensar. Corri até á praia mais próxima de minha casa.

Não estava quase ninguém. Apenas um grupo de rapazes no meio da praia. Eles começam a correr e eu vejo uma garota lá no meio deitada.

Corri até lá para a ajudar. Quando cheguei lá nem queria acreditar. Era ela. Ali deitada. Agarrei nela.

- Bia?! – Ela a muito custo lá abriu os olhos mas mesmo assim ainda ficaram semi-cerrados.

- David… - A sua voz era fraca. Ela deitava muito sangue pela barriga. – Fui assaltada.

- Vou já pedir ajuda. – As lágrimas começavam a cair nos meus olhos.

- Não…antes diz-me… uma coisa.

- Tudo que cê quiser.

- Tu… ainda me amas?

- É claro que eu a amo. – Ela sorriu levemente.

- Obrigada. Era isso que eu precisava de saber… Aconteça o que acontecer não te esqueças que eu te amo para sempre. – Fechou os olhos. A cabeça tombou ainda mais nos meus braços. Não sabia o que fazer mas ela não podia…não ia conseguir viver sem a garota que me pôs a amar de verdade.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

32º Capitulo - "Naquele momento só queria desaparecer, desaparecer para longe, muito longe."

Olá meninas (;

Espero que gostem da nossa apresentação do blog (;
Deixem a vossa opiniao.

Sei que muita gente lê e nao comenta, ás vezes um simples "gostei" ou "nao gostei" ajuda quem escreve, só perdem 1 minuto do vosso tempo, nao custa nada sim? (;

Obrigada ;D

Beijinhos*

Nii'i

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Não consegui dormir nem um bocadinho durante a viagem. Perguntas como, “ o que irá dizer?”, “como irá reagir?”, “já não gosta de mim?”, não sabiam da minha cabeça.

Quando o comandante diz que chegamos eu nem sabia que estava feliz ou não.

Eu não conhecia nada do Brasil, aliás, era a primeira vez que lá ia.

Sai do avião e dirigi-me aos táxis.

Entrei num e perguntei ao Senhor.

- Boa tarde. Sabe-me dizer se estamos muito longe de Diadema?

- Portuguesa?

- Sim sou portuguesa. – Disse com o maior dos orgulhos. Tinha muito orgulho na minha nacionalidade.

- Notou-se logo. Não, não estamos muito longe. Cê quer que a leve até lá?

- Sim, se fizer o favor.

- Tem de me dizer é a morada. – Boa, sei lá onde ele mora.

- Pois. Não tenho morada específica. Deixe-me no centro de Diadema sim?

- A menina manda.

Fui a conversar com o senhor todo o caminho. Ele foi muito simpático e ia-me dizendo os sítios importantes por onde íamos passando. No fim, paguei-lhe com o dinheiro que
o Javi me tinha posto na carteira e despedi-me do homem, sem antes ele me dar o seu cartão para o caso de me perder ou precisar dele.

Deixou-me numa praia, disse que ali era onde tudo se passava.

Ainda por ruas e ruas sempre perguntando onde ficava a casa do David Marinho.

Ninguém sabia. Não queria dizer David Luiz para não alarmar muito.

Sentei-me num banco. Estava farta de procurar sem resultado nenhum.

- Garota? Anda há procura do David Marinho? – Disse uma voz feminina perto de mim.

- Sim ando. – Respondi levantando-me em seguida.

- Posso saber a razão? – Agora tinha de arranjar uma desculpa. Não ia dizer a uma desconhecida “ Ele é meu namorado mas eu acabei com ele e agora quero-o de volta”.
Ou me chamava de maluca ou me chamava de maluca.

- Sou fã dele. Estou aqui de férias e queria um autógrafo.

- Venha comigo. Não é normal ele ser reconhecido no Brasil. – Eu juntei-me a ela e
começamos a andar.

- Pois. – Não consegui dizer mais nada, ainda podia escorregar na minha pequena mentira.

- Mas me diga, como cê se chama?

- Beatriz, mas todos me tratam por Bia.

- Eu sou a Isabelle.

- Mas é assim que se chama a irmã dele.

- Pois, eu sou a irmã dele, e esta é a nossa casa. – Disse apontando para uma casa muito bonita que estava á nossa frente. – Vamos.

- Acho melhor não entrar assim. – Tinha medo de como o David iria reagir.

- Venha sim. – Dando-me a mão. – Você vem comigo pode entrar. – E sorriu. Realmente, era mesmo simpática a irmã dele.

Entramos. Era uma casa bastante acolhedora.

- Mãe? Mãe? Onde cê tá?

- Na cozinha Belle. – Seguimos então para a cozinha.

- Mãe, essa daqui é a Bia. É fã do mano lá em Portugal e tá cá de férias e queria falar com ele.

- Muito prazer minha filha. – Disse a mãe do David dando-me dois beijinhos.

- O prazer é todo meu.

- Onde ele tá mãe?

- No quarto. Ele anda muito triste. Não quer comer nem sair. Não é só por causa de não puder jogar futebol. Acho que a namorada de Portugal acabou com ele. Se eu pudesse falar com essa menina ela ia-me ouvir. Onde já se viu deixa-lo agora quando ele mais precisa? Mas o pior é que ele ama mesmo essa garota. – Senti o meu coração a mingar e a apertar com as palavras da mãe do David. A Belle deve ter reparado nisso.

- Mãe, não diga isso está assustando a menina.

- Ó minha filha, não se assusta não, apenas não gosto de ver o meu filho assim. Não parece o meu David.

- Pois. – Não saia mais nada da minha boca.

- Ma vá. É na 3º porta á direita no fundo do corredor.

- Obrigada. – Dirigi-me entao ao corredor. A porta que supostamente era do quarto dele estava encostada. Espreitei. Lá estava ele, de costa para a porta deitado em cima da cama. Ia entrar quando o telemóvel dele toca. Ele atende e mete-o ao lado dele em alta voz.

- Diga Manz.

- Como andas puto? – Era o Rúben. Sabia que era errado mas fiquei ali a ouvir a
conversa.

- Como cê quer que eu ande?

- Pois, realmente. Pergunta parva. Mas ainda pensas nela?

- É claro né?

- Oh puto parte para outra. Já se viu que ela não quer nada contigo. Apesar de achar
isso tudo muito estranho. Ela parecia gostar mesmo de ti mano. Mas a Inês também não se descose. Eu sei que ela sabe de alguma coisa mas ela não me diz.

- Também já não quero saber não.

- Como assim mano?

- Cê tem razão. Ela é que fica a perder. Vou mesmo partir pra outra. Sabe quem teve aqui em casa hoje?

- Quem?

- A carolina. Ela me convidou para ir logo a noite numa festa com ela.

- Que lhe respondes-te?

- Disse que não ia né? A Bia não me sai da cabeça. Mas agora eu vou ligar pra ela e
vou aceitar.

- Isso quer dizer concretamente o quê?

- Quer dizer que a Bia faz parte do meu passado. Nem que ela viesse de propósito
agora aqui ao Brasil eu a desculpava. É assunto passado meu irmão.

- Olha nem sei que te dizer. Tu é que sabes.

- Já decidi. Não há volta a dar.

- Olha puto eu vou desligar que a Inês já chegou. Fica bem.

- Abraço.

- Abraço. – Não precisava de ouvir mais nada. As lágrimas á muito que dominavam os meus olhos. Bati a porta do quarto com uma força tremenda. Corri em direcção á saída.

- Onde cê vai? Cê tá bem? – Perguntou-me a Belle quando eu passei na cozinha.

- Não. Não estou bem mas vou ficar. – Nem lhe dei tempo de responder. Sai daquela casa e daquela rua. Andei por entre ruas até chegar á praia. Corri para a areia e sentei-me a olhar o mar. As lágrimas não paravam de cair. Isto tudo foi culpa minha mas nunca pensei que ele voltasse já para a outra.

Naquele momento só queria desaparecer, desaparecer para longe, muito longe. Para um sitio onde ninguém me pudesse encontrar, para um sitio onde o amor pudesse reinar.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

31º Capitulo - "Ia atrás de uma das poucas coisas boas da vida, ia atrás do verdadeiro amor."

Acordei com o Javi a chamar-me. Ele sabia o caminho porque lhe tinha dado a morada e ele posto no GPS.

- Bia? Bia? Chegamos.

- O quê? Ah chegamos. – Saímos do carro. A minha mãe tinha avisado que não ia estar
em casa, mas que ia estar a D. Emília, a nossa nova empregada. Toquei á campainha.

- Boa tarde. – Disse a senhora.

- Boa tarde. Eu sou a Bia, a filha da D.Fernanda.

- Ah, menina Beatriz. A sua mãe disse que vinha hoje.

Lá entramos e fui por as coisas no meu novo quarto. O Javi continuava a dizer que não concordava e mais não sei quê mas nem lhe liguei.

- Javi, vamos á praia?

- Ah?

- Ah nada, vamos á praia de Matosinhos. Ouvi dizer muito bem dela.

- Só mesmo tu para ires á praia. Vamos lá.

- Olha só uma questão. Onde vais ficar?

- Num hotel, claro.

- Sim claro. A tua melhor amiga tem uma casa com 4 quartos e tu vais para um hotel.
ESTÀS PARVO? Ficas cá em casa.

- Não quero dar trabalho Bia.

- Deixa de ser tótó, não dás trabalho nenhum sim?

- Se insistes.

- É claro que insisto. Olha, ficas neste quarto ao lado do meu. Vai lá por as coisas
e prepara-te para a praia.

- Tu deves ter mesmo uma panca por praias.

- Eu adoro praia. Anda lá que quero conhecer a cidade.

Ele vestiu-se com calções de banho e eu com um vestido de praia e por baixo o biquíni.




Entramos no carro e fomos perguntando como chegar á praia. A minha casa era na zona da Maia, um pouco afastada do centro.

Chegamos e a praia estava cheia. Era normal, estávamos em pleno Verão.

O Javi estacionou e saímos do carro em direcção ao areal.

- Isto vai ser bonito. – Disse para o Javi.

- Porque dizes isso?

- Por nada, tirando a parte do bonzão do Javi Garcia estar nesta praia só em calções
de banho, acho que está tudo óptimo.

- Não gozes sim? Tu é que quises-te vir á praia. Eu vou tentar passar despercebido.

- Com essa altura és capaz. – E começamo-nos os dois a rir. A Areia estava bastante quente. Estendemos as toalhas uma ao lado da outra num local longe dos olhares
indesejados. Deitei-me na toalha e o Javi fez o mesmo. Havia uma coisa que lhe queria perguntar mas ainda não tinha tido oprtunidade.

- Javi?

- Diz pequenina.

- Como estão as coisas com a Margarida?

- Estão iguais. Ela foi para o Algarve para casa dos pais e não sabe quando volta.

- Ah. Desculpa ter falado nisto.

- Não tem mal Bia, porque teoricamente nos não temos nada. Mas vamos mudar de assunto. Vamos á água?

- Ainda agora chegamos. Não me apetece.

- Vais a bem ou vais a mal?

- Nem penses Javi. Tu não eras capaz. – Mal acabei de falar já ele me tinha pegado ao colo e levado para a água. Estava gelada. Começamos a brincar dentro de água. Eu adorava o Javi, era sem dúvida o meu melhor amigo. Passado algum tempo sai da água.

O David não me saia da cabeça. Eu sabia que tinha tomado a melhor decisão mas custava-me mesmo assim estar longe de quem eu amava.

O Javi saiu logo atrás de mim e parou-me o caminho antes de chegar á toalha, pondo-se á minha frente.

- Bia, é por causa do David?

- Sim, eu amo-o e não quero ficar longe dele. Então porque hás-de ficar?

- Como assim?

- Estás arrependida da decisão que tomas-te não estás?

- Estou Javi. Ele precisa de mim ao lado dele não longe dele. Foi por minha causa que teve o acidente? Sim. Mas eu agora tenho é de o ajudar a recuperar e não o abandonar.

- Aleluia rapariga. Estava a ver que nunca mais.

- Eu amo-o e isso é a única certeza que tenho.

- Anda.

- Vamos onde?

- Já vais ver. – Pegamos nas nossas coisas e dirigimo-nos ao carro. Paramos não sei quantas vezes para o Javi tirar fotos e dar autógrafos, sim, porque aquele ignorante esqueceu-se de por o chapéu e os óculos. Resultado? Todos o viram. Entramos no carro e o Javi começou a conduzir.

- Sabes ao menos onde vamos? Nem tu nem eu conhecemos o Porto.

- Sim, mas as indicações servem para alguma coisa.

- Mas as únicas indicações que têm são do aeroporto.

- Exacto.

- Não é o que eu estou a pensar pois não?

- É Bia. Eu sabia que ias mudar de ideias. Por isso, desde ontem á noite que tens uma passagem para o Brasil á tua espera.

- Mas eu nem tenho malas.

- Isso é o menos. Lá compras alguma coisa.

- Como sabias que ia mudar de ideias?

- És a minha melhor amiga, já te conheço sim?

- Gosto tanto de ti. – Disse dando-lhe um abraço e um beijo. Já tínhamos chegado.

Ele parou e olhou para mim.

- Eu também meu amor, mas lembra-te que nem sempre a vida te vai dar duas oportunidades. Não deixes fugir esta oportunidade. Sê feliz sem pensares no amanha. –

Abraçamo-nos e eu entrei no aeroporto. Lembrei-me que não tinha passaporte mas fui á minha carteira e ele estava lá assim como documentos e dinheiro. Só mesmo o Javi para se lembrar de tudo. Fiz o tinha a fazer e entrei no avião. Esperava-me uma longa viagem mas também uma longa conversa no fim dessa longa viagem, mas o importante era que ia atrás de uma das poucas coisas boas da vida, ia atrás do verdadeiro amor.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

30º Capitulo - "A vida resume-se basicamente a um jogo, onde não existem regras nem instruções."

Olá (;

Antes de mais quero agradecer as mais de 5000 visitas ao blog *.*

Depois quero agradecer as opinioes na sondagem que fiz, foram bastante positivas.

Se eu sentir que voçês gostam dá-me mais vontade de escrever e postar ;D

Deixem a vossa opiniao, critica ou desagrado ( moderado ) em comentário (A)

Espero que continuem conectadas com a fic ;)

Beijinhos

Nii'i

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Passaram-se três semanas, ou seja, estamos a 12 de Junho de 2010. Não cheguei a ir com a minha mãe para o Porto, porque como faltavam apenas 2 semanas para acabarem as aulas não se podia pedir transferência. Ela foi e eu fiquei, pelo menos até acabarem as aulas.

A Inês continua magoada comigo, pois apesar de não ter ido continua a ser minha intenção ir. Não contou nada a ninguém como lhe tinha pedido, mas continua a não concordar com a minha decisão.

O David, saiu do hospital passados dois dias. Ele notou que eu andava diferente mas eu disse-lhe que não era nada. Partiu á uma semana para o Brasil, quando voltar eu já estarei no Porto mas ele ainda não sabe.

A relação do Javi com a Margarida vai muito bem, mas ainda não namoram, parecem a Inês e o Rúben, notasse que gostam um do outro mas são os dois tão casmurros que não dão o braço a torcer. O Javi com o passar do tempo tornou-se o meu melhor amigo, ele sabia de tudo, como a Inês, mas eu sabia que podia confiar nele e que ele não ia dizer nada ao David, assim como a Inês não diria nada ao Rúben.

Hoje é o meu último dia em Lisboa. O Comboio sai da estação de Santa Apolónia às 14h30min, ou seja, tenho 2 horas para acabar de me vestir e ir á estação. Não disse a Inês que ia hoje, pois sei que ela me ia levar e depois ia me dar na cabeça e iam haver despedidas… não , isso não é de todo para mim.

Tomei um duche rápido e vesti-me. Uma coisa bastante simples.



Tinha tudo pronto. Não podia deixar ficar nada, porque uma imobiliária ia ficar com a casa e acho que até já tinham comprador.

Peguei nas malas, coloquei-as fora de casa, olhei uma última vez para dentro dela.

Ali passei por muito. Fui feliz com o meu pai e a minha mãe, sofri com a morte do meu pai e fui feliz só com a minha mãe. São tudo memória, recordações, lembranças que merecem ser guardas com carinho e não com saudade. A vida não é monotonia nem podemos parar o tempo, devemos viver sempre com mais intensidade e não ter medo do desconhecido, pois é com ele que aprendemos a errar mas também a perceber, a cair mas também a levantar. É com ele, o presente incerto, que nos tornamos naquele que somos. A vida resume-se basicamente a um jogo, onde não existem regras nem instruções, um jogo em que casa quadrado é um novo desafio ou uma nova janela aberta para nós. Porém, se quisermos não é um jogo difícil, se olharmos aos pormenores e não ao que está há vista, pois é nas coisas mais pequenas, aquelas que parecem insignificante e que pouca gente repara que estão a resposta para o jogo que somos obrigados a jogar, um jogo chamado vida.

Fechei a porta. Respirei fundo e virei-me para a rua.

- Aí, que susto. O que é que estás a fazer aqui?

- Vou te levar.

- Mas tu supostamente não estavas em Madrid?

- Oh Bia, se eu te dissesse que ainda tava em Lisboa tu não me dizias as horas que ias e assim eu não te podia levar.

- Javi, não me devias ter mentido.

- Desculpa.

- Mas agora já que estás aqui vamos embora. Tenho um comboio para apanhar.

Ele apenas sorriu. Ajudou-me a meter as malas no carro e seguiu viagem. Fomos a falar todo o caminho que quando dei conta estou numa auto-estrada.

- Javi, eu sei que tu és espanhol, que estás cá há relativamente pouco tempo e que enfim, a inteligência não é o teu forte, mas estamos no caminho errado.

- Obrigada por todos esses elogios, mas estamos no caminho certo.

- Aí estamos?

- Eu quando te disse que ia-te levar era ao Porto e não a estação. Temos muito que falar.

- Tás parvo? São 3 horas de viagem?

- Eu sei, e?

- E? Tu não vais para Madrid?

- Vou, mas só daqui a 1 mês.

- És mesmo parvo.

- Eu vou-te levar e sou parvo? Ah bom.

- Desculpa, és um amor. Mas diz lá o que queres falar comigo. – Ele ia-me responder mas o meu telemóvel tocou. Era o David. Ainda não tinha tido coragem para acabar com ele, mas tinha de ser. Ainda me culpava por estado dele. Ainda não tinha podido voltar a jogar, por minha culpa. Ele comigo não estava bem, custava-me, mas ia ser o melhor para os dois. Ia tratar disso agora mesmo, já não podia esperar mais.

- Olá.

- Olá meu amor. Como cê tá?

- Bem e tu?

- Também. Cê tá estranha de novo. Me vai dizer que tá passando?

- Vou. David temos de falar.

- A gente já tá falando princesa. – E riu-se.

- Isto é sério.

- Pronto, chute.

- Eu quero acabar tudo.

- Como é que é?

- É o que ouvis-te.

- Cê não tá falando sério, tá?

- Desculpa David. Mas é o melhor para os dois.

- Me dá uma razão, vai. – Não lhe podia dizer que era para o proteger, pois conhecendo o David como conheço nunca ia concordar.

- Para quê?

- Me dá a razão vai. – A voz dele estava bastante alterada. A minha voz estava fraca. Os meus olhos tentavam conter o que lhe ia na alma mas em vão.

- Eu já não te amo mais. – Disse de uma vez, para não me arrepender.

- cê tá falando sério?

- Sim David. Nem sei se alguma vez te amei, foi tudo muito rápido. Agora percebi que afinal o que sentia por ti não passava de uma bela amizade.

- Cê só pode tar zoando comigo.

- A minha decisão está tomada. Desculpa. – E desliguei. Desliguei a chamada, o telemóvel, o pensamento do David, desliguei-me de tudo. Sem o David nada fazia sentido.

- Estás bem? – Perguntou-me o Javi.

- Não, mas tinha de ser feito.

- Sabes bem que não Bia, tu só fizes-te porque quises-te.

- Javi, és o meu melhor amigo, sabes as minhas razoes. Não me condenes.

- Não te posso condenar por uma coisa que não querias fazer. Neste momento, fizes-te uma coisa que nunca se deve fazer. Seguir a cabeça em vez do coração.

Não lhe respondi, no fundo sabia que tinha razão. Encostei a cabeça ao vidro e fechei os olhos, desejei que tudo não pesadelo. E que, na vida real, a vida não fosse pensada, mas sim vivida.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

29º Capitulo - "Fogo, és mesmo espanhol meu."

Respondam ao inquérito que está no blog. É bastante importante (;

Beijinhos*

Nii'i

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(Bia)

- Como assim doutor? – Perguntei eu.

- O acidente do senhor David foi muito grave e pode ter deixado lesões internas que não se manifestam agora mas sim com o passar do tempo, assim sendo e para não arriscarmos, decidimos que não pode jogar nem treinar durante um mínimo de dois meses e um máximo de nunca mais puder voltar a jogar. – O meu corpo congelou. Ele ia ficar parado 2 meses por minha causa ou secalhar nunca mais jogar? Se eu tivesse resistido ao beijo ele não tinha tido o acidente e estava bem. A culpa é minha e só minha. Nunca vou ser capaz de me desculpar por tal coisa. O David não merecia nada disto, eu só o faço sofrer. Tinha de falar com a Inês a conversa que tinha tido com a minha mãe na noite anterior. A minha decisão estava tomada.

Ninguém conseguiu dizer nada, alguns por medo, outros por não saberem o que dizer e outros ainda estavam a digerir a situação.
O médico saiu, sinceramente, nem sei se disse mais alguma coisa. Fiquei atónica com esta noticia que deixei de prestar atenção ao que se estava a passar á minha volta.

O ambiente não estava pesado, estava pesadíssimo. As pessoas entreolhavam-se, via os olhos do David a tentarem segurar as lágrimas para não dar parte fraca. Mas eu conhecia-o, sabia o que ele estava a sofrer e devia estar neste momento a odiar-me.

O ambiente é quebrado pela entrada do Javi.

- Então pessoal? Que caras são essas? – perguntou o Javi.

- O médico já falou pra gente o que se passa com o David. – Disse o luisao.

- E entao? Por essas caras parece que ele não joga mais.

- E não joga. Não treina nem joga durante no mínimo dois meses e pode mesmo nunca mais jogar. – Concluiu o Nuno. Realmente, ele dava mesmo para capitão. Falava quando mais ninguém tinha coragem de o fazer, e fazia-o de uma maneira não séria mas não brincalhona, uma maneira “á capitão”.

O Javi ficou como as restantes pessoas naquela sala, com o coração nas mãos.

- Bia, posso falar contigo por-favor? – Perguntou o Javi.

- Sim. – Ele tinha-me salvo. Eu queria sair dali para não chorar á frente do David.

Antes de sair reparei que os colegas se aproximavam ainda mais da cama tentando
confortá-lo.

Fomos para uma pequena sala de espera perto do quarto.

- Diz Javi.

- Sabes aquela rapariga que me desmaiou nos braços á bocado?

- Sim.

- Era a margarida.

- A sério?

- Sim. Ela o inicio tentou dar parte forte mas eu lá a convenci que não a queria comer, mas sim queria a conhecer.

- E entao?

- Entao o que?

- Fogo, és mesmo espanhol meu.

- Que queres dizer com isso?

- Que os portugueses raciocinam mais rápido. – Num dia normal teria rido, mas na situação em que se encontrava o David não conseguia. – Mas diz lá. Então como ficaram vocês?

- Ah. Combinamos que nos íamos conhecer, sem nenhuma obrigação e isso.

- Acho que fazes bem. Fico feliz por ti.

- Obrigada. Sabia que podia contar contigo. Eu vou voltar ao quarto, quero ver se falo com o David. Vens?

- Não. Preciso de falar com a Inês. Importas-te de lhe dizer para vir cá for por-favor?

- Não, claro que não. Fica bem.

- Tu também.

O Javi lá foi em direcção ao quarto e enquanto a Inês não vinha eu estava a arranjar uma boa maneira de lhe contar. Sabia que ela ia reagir mal, mas também não tinha de lhe explicar tudo direitinho, muito menos referir que o acidente do David influenciou.

- Querias falar comigo? – Nem dei pela chegada dela.

- Sim Inês.

- Fala.

- Prontos. Eu sei que não vais gostar muito da ideia mas peço-te que não me interrompas e me deixes falar tudo até ao fim. – Ela apenas assentiu com a cabeça. –

Como sabes a minha mãe está no Porto. Ela vai ser a representante portuguesa da maior firma de advogados de Inglaterra. Mas a sede deles é no Porto, entao a minha mãe muda-se segunda-feira de vez para o Porto. E … e eu vou com ela.

- Tu estás parva? Tu vais viver para o Porto?

- Sim Inês. Eu vou com a minha mãe.

- E eu? E o David? Sim, principalmente ele que neste momento precisa de ti.

- O David já viveu antes sem mim e agora terá de viver da mesma maneira.

- Tu não estás bem só pode.

- Inês a minha decisão está tomada.

- Eu nem discuto. Mas acredita que acabas-te de me espetar uma face no coração.

- Desculpa, mas eu tenho mesmo de fazer isto.

- Quando vais contar ao David?

- Não sei, nem sei se lhe vou contar.

- Olha, faz o que quiseres. Esta não é a Bia que sempre foi a minha melhor amiga. –

Nem me deixou acabar de falar, levantou-se e dirigiu-se de novo para o quarto.
Custou-me ver a Inês tratar-me assim, mas eu não podia magoar mais o David. A minha decisão está tomada e não volto com a minha palavra atrás.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

28º Capitulo – “Eles são babacas sim mas eu confio neles.”

(Javi)

Quando aquela rapariga caiu nos meus braços eu nem queria acreditar. Era ela. Outra vez ela. Não consegui evitar e deixei escapar um sorriso. Ela estava nos meus braços. Segui o médico e levei-a para um quarto para deita-la numa maca que estava
lá.

- Pode deixa-la aí. Eu vou voltar ao quarto para falar com o Senhor David e já mando alguém aqui para a ver.

- Claro doutor. Eu fico aqui até vir alguém, não vá ela se sentir pior.

- Se não se importar, agradecia.

- Claro que não.

O médico não responder e saiu do quarto.

Sentei-me numa cadeira a admira-la. Ela estava linda, mesmo a desmaiada. Também, não era difícil, quando se é linda de natureza como ela fica-se sempre linda. Acordei dos meus pensamentos quando ela acordou.

- Que se passa?

- Desmaias-te.

- Isso eu sei, estou a perguntar o que se passa para estares aqui.

- Não podias ser mais directa realmente.

- Sim, eu sou uma pessoa directa. Fala.

- Desmaias-te nos meus braços e o médico pediu para te trazer para aqui.

- E porque não me deixas-te e foste embora?

- Porque não quis.

- Mas quero eu. Podes sair agora.

- Nem um obrigada me dizes?

- Obrigada. Sai.

- Não.

- Como assim?

- Margarida, eu não saio daqui sem falarmos e ponto final.

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(Bia)

Depois de o médico sair ficamos á conversa mais um tempo. Mas pouco, visto que ele
chegou de novo.

- Senhor David, tenho de falar consigo.

- Pode falar.

- Tem a certeza? Está aqui tanta gente.

- Eles são babacas sim mas eu confio neles. Pode falar. – O David apertou ainda mais
a sua mão há minha.

- Muito bem. Senhor David vai ter alta hoje. – Todos ficamos bastante contentes e
não nos inibimos de o expressar em alto e bom som.

- Isso é bom né doutor?

- Sim, mas as noticias não acabam por aqui. –

- Chute lá a noticia doutor. – Disse o David com um sorriso nos lábios.

- Bem, a outra noticia que tenho para lhe dar não é nada boa, muito pelo contrário. –

Um pesado silêncio invadiu o quarto.

27º Capitulo - " Eu esqueço que vocês sao jogadores do meu glorioso e parto-vos os dentinhos todos"

Se pudesses dizer alguma coisa ao Rúben Amorim o que dizia? Manda a tua resposta para o mail nii_23@hotmail.com até amanha a tarde.

Nao te esqueças que nesta fase ele precisa de todo o nosso apoio.

Posso Garantir-te que o Rúben irá ler todas as mensagens.

Nii'i

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( Visao da Bia )

Não lhe consegui responder, apenas o beijei. Um beijo de desespero. Pensar que o podia ter perdido e por minha causa, estava-me a matar.

- Desculpa, desculpa …- Não consegui acabar, desta vez foi ele que me beijou.

- Então David como é que estás? – Perguntou o Javi entrando com todo o plantel atrás dele. Rapidamente me separo do David.

- Olha, está melhor que nós. – Diz o Fábio que leva uma chapada na cabeça do Rúben.

- Ai.

- Para a próxima estás calado.

O quarto até era grande mas com tantos matulões lá dentro ficava pequeno. A Inês apercebe-se da minha preocupação e vem para a minha beira. O Rúben segue-a. Ficando assim eu, o Rúben e a Inês do lado da janela e o resto do lado da porta, com a cama
do David ao meio.

- Mas diz, que se passou? – Perguntou o Javi.

- Um pequeno acidente?

- Pequeno? O Rúben disse que estavas mesmo mal.

- E estava, mas recuperei rápido graças a uma certa coisa. – E vira-se para mim sorrindo. Não me consegui conter e sorri com ele.

- Oi David, a gente não se quer meter, mas cê não tem nada pra nos contar não? – Falou o Luisão. David olha para mim e eu sorriu a dar-lhe permissão.

- Esta é a Inês, uma amiga minha, este é um cara de cu qualquer que anda pra ai e esta é a Bia.

- E? – perguntaram todos quase em coro.

- Sou namorada dele sim. Mas aviso já que se isto sai deste quarto eu esqueço que
vocês são jogadores do meu glorioso e parto-vos os dentinhos todos. Entendido?

Foi a risota geral, até eu me deixei levar e ri.

- Fogo cara, a garota é mesmo mansinha.

- Não zoa Luisão, ela falou muito bem. – O David olha para mim e estende-me a mão.

Eu dou-lha e ele puxa-me para ele. Segreda-me ao ouvido.

- Gostei muito do cê fez. – Eu beijei-o.

- Olhem arranjem um quarto sim? – Disse o Roberto.

- Nós já estamos num quarto ó espanhol. – Respondi eu.

- Eu acho melhor vocês não dizerem mais nada. Ela não se fica pessoal – Disse o Rúben. Levou uma chapada da Inês.

- Fogo, o que é que eu disse?

- Nada, mas se estivesses calado fazias um favor á humanidade.

Risota geral de novo.

Nisto entra o médico e a uma rapariga no quarto. Quando abre a porta a rapariga dá um grito.

- Ai. – E desmaia nos braços do Javi

- Peço imensa desculpa. Pode pegar nela e traze-la até uma maca por-favor? – Pediu o médico a Javi.

- Claro que sim.

A maior parte tentou abafar os risos, mas era quase impossível.

O rapaz lá saiu com a rapariga nos braços e com um sorriso nos lábios. Mas porque raio estava ele a sorrir?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

26º Capitulo - "“ Realmente, este dia não podia estar a correr pior…”

(Visão do Javi)

Conduzi até casa. Entrei e atirei-me para o sofá. Não podia ser. O que eu fui fazer?

Se bem que só a “conheço” há menos de um dia. Pronto, se era isso que ela achava, apesar de ser mentira, eu não podia fazer nada. Decidi ligar ao Rúben para saber se ele queria fazer algo antes do treino. Ele disse-me que ia ter com o David a casa dele. Fiquei de ir lá ter também. De casa do David seguimos para o treino e no fim combinamos que eu lhes ligaria no fim do almoço para fazermos algo antes do treino da tarde.

Fui almoçar a casa, não sabia cozinhar muito bem, mas tinha lá daquelas comidas prontas que era só meter no microondas. Era bom, fácil e rápido. Acabei por almoçar lasanha. No fim, fui descansar um bocado para o sofá.

Ela não me saia da cabeça, como é que era possível? Não podia. A Elena fazia decididamente parte do meu passado mas aquela rapariga, a Margarida. Tinha de parar de pensar, era só uma simples fã que conheci numa noite e que no dia seguinte fui tomar o pequeno-almoço com ela, nada mais. Tinha de me mentalizar disso.

Levantei-me, peguei no telemóvel e liguei ao David. Estranhei, tinha o telemóvel desligado. Liguei ao Rúben. Atendeu ao segundo toque.

- Rúben, era para saber como é.

- Olha Javi, agora não dá mesmo. – Notei preocupação na sua voz.

- Que se passa?

- O David tem o telemóvel desligado e não está em casa.

- Vais ver que ficou sem bateria e foi a algum lado.

- Deve ser isso.

- Mas deixa lá. Vemo-nos no treino então?

- Sim.

- Até logo.

- Até logo.

Decidi ir mais cedo para não pensar no que não devia.

O treino correu bem. O Rúben e o David não apareceram. Estranhei e no fim liguei ao Rúben. Não podia acreditar. O David estava no hospital e muito mal pelo que o Rúben disse. Ele disse para não alarmar o pessoal mas foi tarde demais. Tinha o telemóvel em alta voz.

Acabamos todos de nos vestir e seguimos em peso para o hospital.

Realmente, este dia não podia estar a correr pior, será que iria acabar da mesma maneira?

25º Capitulo - "Obrigada, desculpa, amo-te" ( Parte II )

Cheguei ao pé do Rúben e da Inês. Eles continuavam agarrados e sentados.

- Bia, como estás?

- Bem. Disse tudo que tinha a dizer. Apesar do tudo ser nada neste momento.

- Tem calma meu amor.

- Familiares de David Marinho.

- Somos nós.

- Acompanhem-me por-favor.

Seguimos atrás do médico. Eu tinha o coração nas mãos. Apesar de já estar minimamente preparada para o que se estava a passar, ter agora a certeza de tudo era mau de mais.

Entramos no quarto do David. Ele continuava igual mas sem a máquina que o permitia viver ao lado dele. Tinha chegado o seu fim.

Agarrei-me a ele a chorar, não podia ser, não.

- Menina, está bem?

- Doutor, acha que ela está bem? O namorado acaba de morrer e acha que ela pode estar bem? – Foi a Inês que respondeu por mim.

- Mas … - Tentou dizer o doutor mas o desta vez foi o Rúben que falou.

- Mas nada, nem sei como consegue estar tão calmo, vê-se mesmo que não é nada consigo.

Eu continuava a chorar agarrada ao David.

- Eu estou calmo porque … - Voltarem-no a interromper mas desta vez a pessoa que eu menos estava há espera.

- Porque eu não morri. – O David, ele não morreu. Ele falou. Nesse momento levanto a minha cara e olho-o nos olhos. Ele sorria.

- Mas como … o … doutor disse …. – Tentei eu falar mas sem sucesso.

- Eu sei o que disse e nem sei o que aconteceu . Foi um milagre.

- Um milagre chamado amor. – Completou o David.

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Sei que é pequenino, mas nao estava nos meus planos publicar a continuaçao hoje. Mas fui "ameaçada" xD

Espero que gostem (;

domingo, 6 de fevereiro de 2011

25º Capitulo - "Obrigada, desculpa, amo-te." ( Parte I )

Olhei directamente para os seus olhos, apesar de estarem fechados dava-me mais segurança.

- David, costuma-se dizer que é nas horas más que a gente vê quem realmente é importante para nós, pois, neste momento todas as minhas dúvidas desapareceram, todas as inseguranças, medos e incertezas acabaram. Sei que pode ser tarde de mais mas há coisa que precisas de saber. – As lágrimas dominavam já os meus olhos sem pedirem licença para tal. – Quando vi que foste tu que quase me atropelas-te eu só queria gritar, pular, tudo que possas imaginar. Acho que nunca te cheguei a dizer, mas eu desmaiei não só por estar fraca mas também por perceber que estava diante o grandioso David Luiz. Depois veio a história da Inês. Depois deixamos de falar, até que chegou o dia do teu aniversário. Cantar aquela canção e saber que estavas lá. Depois tu falas-te e eu percebi que também tinha mexido contigo. Depois apareceu o Tiago e eu rejeitei-te. Aí foi tanta coisa ao mesmo tempo. Eu estava muito confusa. 1 mês, foi esse o tempo que estivemos sem falar. Posso dizer que foi o segundo mês que mais me custou a passar, o primeiro foi o mês a seguir á morte do meu pai. O jogo, o jantar, a miss, sinceramente David, podias ter arranjado uma namorada melhor. Eu sei que fui muito estúpida contigo no telhado do bar. Mas estava muito confusa. Eu gostava de ti, não sei até que ponto mas gostava. Mas eram tantas coisas contra, a idade, o estatuto social, a beleza, as fãs e eu não ter a certeza do que sentia. E depois pensava, será que ele um dia não se irá arrepender? É que admitamos que eu não sou nenhum top model, muito pelo contrário. Eu tinha medo de arriscar e sair outra vez magoada como sai com o Tiago. Tu não tens noção de como eu o amei e entreguei-me por completo, com o Tiago atirei-me de cabeça e sai magoada, não queria que isso acontecesse de novo. Mas também não te queria perder, mesmo estando um tanto ou quanto confusa decidi arriscar. Hoje, quando o Tiago em beijou, sou-te sincera no inicio queria parar o beijo, mas as forças falharam-me e fui fraca. Então, pensei que talvez ainda o amasse, ou seja, gostasse dos dois ao mesmo tempo. Mas quando soube do acidente, David, eu tive a minha certeza. Eu amo-te com todas as minhas forças. O Tiago pertence ao meu passado e é lá que vai continuar. Pode ser tarde mas eu tinha de te dizer isto tudo. Por-favor David, não me deixes. Eu preciso de ti, a minha vida já não é a mesma. Tu mudaste-me, mas mais importante, ensinaste-me a voltar a amar. Estejas onde estiveres, nunca te esqueças que eu te amo e serás para sempre o amor da minha vida, mesmo que morras eu nunca mais voltarei a amar ninguém como te amo a ti. Obrigada, desculpa, amo-te.

Acabei de falar, levantei-me. Dei-lhe um beijo, o nosso último beijo. Foi leve mas sentido. Foi um beijo de despedida mas também de futuro. Foi o primeiro e o último beijo que ia dar ao David, tendo a certeza absoluta que o amava.

Fiz-lhe um festa na cara, larguei-lhe a mão e uma última lágrima minha caiu mesmo em cima do sítio onde se encontra o seu coração.

Sai do quarto em direcção a um futuro inexistente, pois sem o David a meu lado não queria ter futuro, não queria viver. Só queria ir para onde ele estivesse e poder ama-lo e me deixar ser amada.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

24º Capitulo - "E assim estava o meu David, numa cama de hospital. "

- Rúben, o que é que se passa? – As lágrimas já há muito que deixaram de estar só nos meus olhos. Estavam também em toda a cara assim como na minha roupa. O Rúben não falava apenas continuava naquela posição. – Rúben, fala comigo.

- Bia…

- Fala.

- O David… ele…

- Ele o quê Rúben?

- Ele ainda está inconsciente. Está assim 3horas e os médicos disseram que se …

- Aí, fala de uma vez.

- Que se ele não acordasse em breve teriam de desligar a máquina que o faz viver. –

Quando o Rúben disse aquilo eu perdi as forças e cai no chão. Não desmaiei, apenas as minhas pernas perderam as forças. Fiquei sentada, numa posição estranha mas sentada.

Não queria acreditar no que acabara de ouvir, não, o David, o meu David, por minha culpa. Eu amo-o, eu sei que sim.

Costuma-se dizer que é nas horas más que a gente vê quem realmente é importante para nós, pois, neste momento todas as minhas dúvidas desapareceram, todas as inseguranças, medos e incerteza acabaram. Eu amo o David e ninguém, nem mesmo eu, pode duvidar disso.

O Tiago é passado, aliás, desde que conheci o David que ele sempre foi passado, mas eu, fui fraca, fui incapaz de clarificar as ideias na minha cabeça.

Agora tudo estava no seu devido lugar mas seria tarde demais? A minha mãe sempre dizia que nunca era tarde, mas neste caso eu não tinha tanta certeza disso.

Os meus pensamentos são interrompidos pela entrada do médico na sala.

- Familiares de David Marinho. – Eu, o Rúben e a Inês posemo-nos logo de pé.

- Somos nós. – Respondemos os três.

- O David continua no mesmo estado, se dentro de 10 minutos não acordar, a máquina será desligado.

- Mas doutor, porque não lhe dá mais tempo? – Perguntou a Inês, que dos três devia ser a menos nervosa.

- Porque nos casos como o do David, se o paciente não acordar nas 3horas seguintes não acorda mais.

- Quando podemos ir vê-lo? – Desta vez, foi o Rúben que perguntou.

- Era isso mesmo que lhes vinha dizer. Têm 10 minutos mais ou menos para as despedidas.

- Obrigada. – Respondeu a Inês.

- Os meus sentimentos. Era um grande jogador. – ERA? Ele ainda não tinha morrido, não podia, não.

O médico saiu e nós continuamos os três calados.

- Bia, podes ir.

- Não Rúben, vai tu primeiro.

- Tens a certeza?

- Sim. Olha avisas-te a mãe dele?

- Não, a família dele está no Brasil e como pensei que não fosse grave não liguei. É melhor só ligar depois, eles também não chegarão a tempo de…

- Rúben, chega, Vai lá e pronto. – Não conseguia ouvir aquela palavra. Eu não me podia despedir dele, não.

O Rúben foi e a Inês veio para a minha beira e abraçou-me. Não falamos. Ela conhecia-me e sabia que naquele momento só precisava de um abraço.

Pouco tempo depois o Rúben chegou. Eu levantei-me logo.

- Como é que ele está?

- Está o David, com aquela cara calma mas com muitos arranhões e pensos por todo o
lado.

- Está muito mau?

- Nem sei Bia. Só de pensar que me despedi do meu melhor amigo para sempre.

- Não digas isso Rúben, ele ainda não morreu.

- Pois não, mas não falta muito. Vai lá tu agora.

- Inês tu vais lá?

- Não é que não queira, mas tu sabes que depois daquilo do teu pai eu não consigo.

Desculpem-me os dois.

- Não tens nada que pedir desculpa, a gente entende.

- Sim meu amor, nós entendemos. Assim sendo, eu vou lá.

O caminho até ao quarto em que ele se encontrava foi muito doloroso. Não chorava, as minhas lágrimas tinham-se esgotado e as fontes secado.

Entrei no quarto. A sua cara de anjo e de menino grande estava cheia de arranhões e feridas, os olhos fechados para talvez nunca mais serem abertos, os caracóis desalinhados, como eu tanto o gostava de ver. E assim estava o meu David, numa cama de hospital.

Aproximei-me dele e delicadamente lhe dei um leve beijo. Sentei-me numa cadeira ao lado da cama e dei-lhe a mão.

Não sabia se ele me ia ouvir mas mesmo assim, haviam coisas que ele tinha de saber.

23º Capitulo - "O David não podia ter morrido…"

(Visão do Javi)

Cheguei ao Sitio combinado e ela lá estava. Estava muito bonita como na noite anterior.



Viu o meu carro, dirigiu-se a ele e entrou.

- Olá.

- Olá. Estás muito bonita.

- Obrigada

Seguimos viagem. Fomos tomar o pequeno-almoço a um café recatado.

Correu muito bem, fartamo-nos de ir e falar.

- Logo á noite jantas comigo? – Perguntei. Não sabia o que ela ia responder, mas resolvi arriscar.

- Por mim pode ser. E vamos onde?

- Pode ser em minha casa.

- Eu sabia. Eu sabia que eras igual ás outros e só querias uma coisa. Fiquei desiludida, pois eu para além de jogador também te admirava imenso como pessoa. Mas eu não vou ser um caso, não sou assim. Olha isto foi um tremendo erro. É melhor continuar tu o jogador e eu a fã. Apesar disto, gostei de te conhecer. Fica bem.

Quando acabou de falar ela saiu do carro. Não era aquilo que queria, apenas pensei em minha casa para ser mais sossegado. Não consegui reagir e deixei-a ir embora.

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(Visão da Bia)

Estava á mais de duas horas a tentar ligar ao David e ele continuava com o telemóvel desligado. Eu queria falar com ele. A Inês veio comigo para minha casa, depois de eu ter dado dois estalos ao Tiago e lhe ter dito para nunca mais repetir a gracinha.

Estava a ficar mesmo preocupada com o David, ele saiu de lá com muita força.

Como eram quase 17h e ele tinha treino resolvi ir até á Caixa para ver se o via.

Chamei um táxi e eu e a Inês fomos para lá.

Chegamos pouco passava das 17h30min e nada de David a treinar. Achei muito estranho e aquele aperto do peito era cada vez maior.

O Rúben também não estava lá.

- Inês, deixa-me ligar ao Rúben sff.

Ele deu-me o telemóvel dela e eu liguei ao Rúben. Ele atendeu ao primeiro toque.

- Estou Inês? – Estava com uma voz de preocupação.

- Não, é a Bia. Sabes do David?

- Pois…

- Pois o que Rúben?

- Promete-me que vais ter calma.

- Ruben fala.

- O David teve um acidente de carro e está no hospital.

- Em que hospital?

- No hospital da Luz.

- Eu vou já para aí.

- Ok, eu espero aqui por ti.

- Rúben?

- Sim.

- Ele está muito mal?

- Sinceramente não sei, ele entrou inconsciente com os médicos e ainda ninguém em
disse mais nada. Mas o acidente foi grave … muito grave. – Desliguei. Não conseguia ouvir mais nada. O David não podia… não…isto era um pesadelo.

Um mar de lágrimas rapidamente inundou os meus olhos. Não conseguia nem queria controla-las.

Voei até ao hospital da luz. Quando entro na porta, a primeira coisa que vejo é o Rúben sentado numa cadeira a chorar. Tinham-lhe dito alguma coisa, quando falei com ele á bocado não chorava. Não podia ser … O David …

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

22º Capitulo - "A culpa era toda minha, ou melhor, do meu coração."

(Visão do Javi)

Hoje acordei com um sorriso na cara, sonhei com ela. Só a tinha conhecido ontem mas sonhei com ela. Parecia mentira. Decidi mandar-lhe uma mensagem. Sabia que ela podia achar cedo, afinal conhecemo-nos ontem mas mesmo assim arrisquei.

“De: Javi
Para : Margarida

Olá. Queria te perguntar se queres ir tomar o pequeno-almoço comigo.
Fico á espera da resposta.
Javi”

Agora já estava. Enquanto ela não respondia fui tomar banho. Cheguei ao quarto e, ainda só com uma toalha, fui ao telemóvel. Ela tinha respondido.

“De: Margarida
Para: Javi

Olá. Sim, por mim tudo bem. “

“De: Javi
Para: Margarida

Queres que te vá buscar?”

“De: Margarida
Para: Javi

Se não te importares, agradecia. A minha irmã levou o carro e assim eu tinha de ir de metro.”

Era estúpido continuarmos com as mensagens. Decidi ligar-lhe assim era mais simples.
Ela atendeu ao segundo toque.

- Ola

- Oi

- Olha dás-me a morada para te ir buscar?

- Sim, olha é xxxxxxxxxxxxx.

- Já anotei. 10 minutos estou aí ok?

- Claro. Mas vamos tomar o pequeno almoço onde?

- Não sei, depois logo se vê.

-Tudo bem.

-Beijinho

- Beijo

Tinha de me despachar. Vesti já o fato de treino do Benfica, porque tinha treino ás 10h e já não vinha a casa.

Sai em direcção á casa da Margarida.

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(Visão da Bia)

Queria voltar para trás, mas já era tarde. Não sabia onde iria arranjar forças para o enfrentar. Não que ainda sentisse algo por ele, claro que não, mas não tinha esquecido tudo o que ele me fez, e acho que nunca vou esquecer.

A Inês apercebeu-se da Situação e deu-me a mão, apertando-a com força.

Continuamos o nosso caminho. Podia ser que estivesse ali só por estar e não fosse para falar connosco.

- Hey, Bia podemos falar? – Ok, ele estava ali para falar comigo.

- O que queres Tiago? – Disse de forma seca, sem nunca largar a mão da Inês.

- Falar contigo.

- Nós não temos nada, ouve bem, nada para falar.

- Bia, aquilo foi tudo um grande mal entendido. Eu amo-te como sempre te amei.

- Tu ao menos sabes o significado do verbo amar?

- Sei, aprendi ao mesmo tempo que tu o significado dele. – Cada vez ele se aproximava mais. Já só se encontravam cerca de 5 alunos no portão, e deviam ser do 5º ou 6º ano.

- Não Tiago. Mete na tua cabeça de uma vez por todas que acabou.

- Uma história como a nossa não pode acabar assim.

- Pois, temos pena, já acabou.

- Não, eu vou-te provar que não. – Nesse momento ele quase que anula por completo o espaço entre nós. Largo a mão da Inês para o tentar empurrar para trás, mas em vão.

Ele tinha muita mais força e sem fazer muito esforço, agarrou-me nos pulsos, baixou-mos com uma das mãos, pôs a outra atrás da minha cabeça e beijou-me. Eu não o queria beijar, mas também não conseguia parar o beijo. Foi ele que o parou passados alguns segundos.

Olhei para ele que sorria ainda muito próximo de mim, olhei para a Inês que estava mais branca que a cal. Ela olhou também para mim e dirigiu o seu olhar para o outro lado da rua. Eu segui-o.

Não, não podia estar a acontecer. O David estava dentro do carro com o vidro para baixo e olhava para mim com uma cara de desapontado. Ele estava á minha espera para irmos almoçar e assistiu a tudo. Não podia ser. Queria ir ter com ele e explicar-lhe tudo. Mas, pensando bem, ia explicar o quê? Se nem eu sabia o que se tinha passado não lhe podia explicar nada. Só queria lhe dizer que eu amava, sim, eu amava-o, ou pelo menos achava que sim. Será que ainda sinto algo pelo Tiago? Não, não pode ser.

Eu amo o David. Será possível gostar de duas pessoas ao mesmo tempo?

Os meus pensamentos são interrompidos pelo ligar do carro de David. Olho novamente na sua direcção, continua com a mesma cara de desapontado. Fecha o vidro e sai dali a alta velocidade. Por mais que eu quisesse correr atrás dele não consegui. Senti as minhas pernas a perderem a força, os meus olhos a querem fechar. A última imagem que me veio á cabeça, foi a do David a olhar para mim com aquela cara de desilusão, e o pior, era que a culpa era toda minha, ou melhor, do meu coração.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

21º Capitulo - "Não seja boba, isso se nota até na China. Eu amo você de mais."

Acordei com os raios de sol a baterem-me na cara.

Olhei para o relógio e eram 8h. Já estava super atrasada. Tinha aulas as 8h30min e ainda tinha de me vestir e apanhar o metro.

Sim, porque a minha querida mota estava na oficina. A minha mãe esta semana não estava em casa. Saiu no sábado e só volta no próximo sábado. Foi ao Porto tratar de um processo qualquer.

Levantei-me e tomei um duche rápido, sinceramente acho que foi o mais rápido de toda a minha vida. Estava a sair da casa de banho quando ouço o meu telemóvel a tocar.

Nem me lembrei de ver quem era, atendi logo.

- Sim?

- Que maneira de falar ao seu namorado.

- Desculpa, não vi que eras tu.

- Pois, desculpas.

- A sério David. Olha agora não vai dar para falar porque eu estou mesmo atrasada e
tenho de ir para as aulas.

- Está bem meu amô. Ate logo. Beijo

- Beijo

E ele desligou, achei estranho ele desligar assim tão rápido, mas nem tinha tempo para pensar nisso.

Estávamos em Maio, logo, estava calor, por isso vesti a primeira roupa fresca que em apareceu á frente.



Depois de pronta, desci as escadas a correr. Antes de sair de casa olhei para o Relógio que marcava 8h20min. Até tinha sido bastante rápida mas se não me despacha-se não chegava a tempo. Eu bem podia chegar só as 8h45min, porque a stora de filosofia chegava sempre atrasa. De todas as vezes ela arranja uma desculpa diferente, ou os filhos adormeceram, ou houve um acidente, ou o carro não pegava ou isto ou aquilo. Mas mesmo assim, ainda tinha de apanhar o metro. Conclusão, não tinha tempo de tomar o pequeno-almoço.

Abri a porta e sai disparada, até que choco contra alguém.

- Aí.

- Bom dia meu amô.

- David? O que fazes aqui?

- Vim busca-la.

- Amor, esqueceste-te que eu tinha aulas?

- Claro que não. Mas cê não disse que tava atrasada?

- Disse.

- Então, Cê vem tomar um café da manha rapidinho comigo e depois eu te deixo na escola. Quê que cê acha?

- Acho que não podia ser melhor.

- Ainda bem meu amô. Vamos? – O David virou-se a começou a andar, mas eu não me mexi um centímetro. – Que foi meu amô?

- Ainda perguntas?

- Claro né? Eu acho que não fiz nada.

- Pois, esse é o problema.

- Não tou entendendo não.

- Nunca entendes nada. – Tentei me manter séria mas a vontade de rir na cara dele era muita. Ele estava com uma cara mesmo de assustado e preocupado.

- Oh meu anjo, estou a ficar preocupado. Me fala vai, o que foi que eu fiz?

- Pergunta antes o que não fizes-te.

- Pronto, o que é que eu não fiz?

- Não me deste um beijo de bom dia. Olha isso era razão para eu te deixar de falar durante…- não pude terminar. Apenas com duas passadas ele colocou nulo o espaço que havia entre nós. E deu-me um Beijo, sim beijo com B grande. Era um beijo que em fazia lembrar a razão de ter aceite namorar com ele e esquecer todos os contras. Num simples beijo tudo se resumia.

- Agora, cê já não tá chateada comigo?

- Nunca tive totó, era só para pegar contigo.

- Tótó mas cê gosta.

- Convencido, e não, não gosto.

- Como é?

- Eu amo.

- Oh meu amô é tão bom ouvir isso sabe?

- Não, não sei.

- Como assim?

- Tu nunca me disseste. – Ele encostou a sua boca á minha orelha, deu-me um beijo suave e disse:

- Eu apenas sorri, naquele momento eram incapazes de me saírem palavras.

Demos a mão e fomos até ao carro de David.

Toma-mos o pequeno-almoço num pequeno café que o David conhecia, ele dizia que era lá que ia com o Rúben quando não queriam ser incomodados.

Ele levou-me há escola, mas deixou-me um bocado atrás do portão. Não queria que se soubesse, ainda por cima ainda nem tinha falado com a minha mãe.

Combinamos que iríamos almoçar juntos, porque eu não tinha aulas de tarde e ele só tinha treino ás 5h, assim também podia ir assistir.

Ele ficou de me vir buscar á 1h30min, no mesmo sítio em que me deixara.

As aulas correram bem, a Inês vem que tentava sacar alguma coisa mas eu não lhe dizia nada. Ela sabia que eu e ela namorávamos e isso bastava, apesar de ela ser a
minha melhor amiga e a pessoa em quem mais confio, não gosto de contar a minha vida particular. Ela conhecia-me e não insistiu mais.

Eu e a Inês estávamo-nos a dirigir para o portão, quando ele aparece. O que ele estava a fazer no portão da minha escola?