domingo, 30 de janeiro de 2011

20º Capitulo - "Na verdade, era só do Javi."

- David…

- Não enrole, diga apenas sim ou não.

- Mas David não é assim tão simples.

- É a coisa mais simples do mundo. Cê gosta diz que sim cê não gosta diz que não.
Entendeu?

- Sim. Sim.

- Ainda bem.

- Sim.

- Cê só vai dizer sim?

- Sim.

- Você tá zoando com a minha cara?

- Sim. – Ele levantou-se com cara de magoado. Ele era mesmo tontinho.

- Se é assim que cê quer, não posso fazer nada. – E baixou a cara. Pôs-lhe a mão na cara, obrigando-o a olhar-me nos olhos.

- Já te disseram que és mesmo tontinho?

- Hãn?

- Quem devia estar triste era eu.

- Aí era?

- Era.

- E porquê?

- Porque eu estou aqui há não sei quanto tempo a dizer que aceito namorar contigo e tu … - Ele nem me deixou acabar de falar. Colocou os seus braços há volta da minha cintura, elevando-me ligeiramente do chão e beijou-me. O nosso primeiro beijo enquanto namorados. Foi um beijo longo, terminado com pequenos beijos.

- Sabe, eu tou muito feliz.

- Nota-se. – Disse, esboçando um largo sorriso.

- Como assim?

- David, estas com um sorriso muito parvo na cara. – Ele tirou o sorriso, o que me levou a continuar a falar. – Não o tires, o meu sorriso é igual ao teu e não tenho vergonha dele.

- Meu amô eu gostava muitão de tar aqui mas acho que eles já estou fartos de esperar.

- Sim, é melhor irmos para dentro. Mas antes quero pedir-te uma coisa.

(já dentro do bar)

- O que é que se passou? – Perguntou o Rúben.

- Nada.

- Mas vocês estão com uma cara. – Completou a Inês.

- Estás bem? – Perguntou o Javi, abraçando-me.

- Oh babaca desgrunda lá da minha namorada sim? – Disse o David vindo na minha direcção. O Javi já tinha voltado para a beira do Rúben e da Inês. Quando ele chegou a minha beira, beijou-me.

- Namorada??? – Perguntaram os três. Eu e o David desmanchamo-nos a rir.

- Sim, infelizmente parece que o vou ter de aturar.

- Não se queixa não, você vai amar ter de me aturar.

- Bia, minha querida Bia, nem imaginas a pena que sinto por ti neste momento. –

Disse o Rúben a rir-se que nem um perdido.

- Cala a boca.

- Desculpem interromper, mas posso pedir uma coisa? – Nem nos tinha-mos apercebido,
mas encontrava-se ao nosso lado uma rapariga, não devia ter mais que 18 anos. Muito
bonita por sinal. Eu larguei o David, não queria que isto se espalha-se.

- Claro. – Respondeu logo o Rúben.

- Eu queria pedir um autógrafo.

- Então dá cá o papel que a gente assina. – Continuou o Rúben.

- Na verdade, era só do Javi. – Disse ela corando de seguida. Todos nos começamos a
rir, menos a rapariga, o Javi e o Rúben.

- Tá vendo meu irmão, é assim que leva uma grande nega. – O David adorava picá-lo.

- Tá calado cara de cu.

- Desculpem interromper, mas podem ter a vossa discussão de casal em casa? Não estão sozinhos meus amores. – Disse a Inês provocando a risota geral, menos claro está, no Rúben e no David.

- Não te importas de assinar aqui? – Disse a rapariga ao Javi.

- Claro que não. Como te chamas?

- Margarida.

- Bonito nome.

- Obrigada Javi Garcia.

- Trata-me só por Javi pode ser?

- Claro, trata-me só por Margarida.

Desta vez, todos nos rimos.

A rapariga era simpática e ficou á conversa connosco. Não tenho a certeza mas acho que o Javi tinha ficado com o número dela.

Fomos todos para casa. Eu no carro o David e a Inês no do Rúben. O Javi ofereceu-se para levar a Margarida a casa mas ela tinha trazido o seu carro.

O David deixou-me em casa. Despedimo-nos e combina-mos que ele me ligava no dia seguinte. Cheguei ao meu quarto, vesti o pijama e pôs-me a pensar. Será que esta tinha sido a decisão mais correcta? Será que não me ia arrepender? Foi em volta deste pensamentos menos bons que o sono me levou para longe, mas espero que esse longe seja um lugar bom.

sábado, 29 de janeiro de 2011

19º Capitulo - "Beatriz Vale, cê quer namorar comigo?"

A minha outra fic: http://viveropresentesemmedos.blogspot.com/

Nii'i

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Foi o David que terminou o beijo. Fiquei preocupada, será que ele tinha mudado de ideias e não queria nada comigo?

Ele sentou-me no banco e pôs-se de pé de costas para mim. Parou. Nada dizia, apenas estava assim quieto e em silêncio.

Levantei-me. Ia-me embora. Ele estava magoado e não queria nada comigo, mas eu sentia-me pior por saber que a culpa era minha, ele queria e eu não quis. Ele tinha todas as razões do mundo para estar assim comigo.

Comecei a caminhar em direcção ao restaurante, as lágrimas já caiam de uma maneira ritmada. Sinto alguém a abraçar-me por trás. Era ele. Aquele perfume, aquele toque, eram coisas só dele, Coisas únicas.

- Onde cê pensa que vai? – Acabou de falar e virou-me para ele.

- Vou embora. Entendo perfeitamente que estejas magoado, aliás eu sou uma estúpida,
não não, estúpida é pouco, sou uma parva, uma idiota, uma burra, uma … - O David
calou-me com um beijo.

- Cê vai calar e me ouvir? – Eu afirmei que sim com a cabeça. – Eu não estou
magoado, agora não, é verdade que quando cê me disse aquilo no telhado fiquei mas
agora percebi que cê só precisava de reflectir um pouco.

- Sim, mas agora eu percebi o que realmente quero, quero-te a ti.

- Cê imagina há quanto tempo eu estou pra ouvir isso?

- Hum, 1 mês?

- Muito engraçadinha a menina.

- Sim, sim isso tudo. Olha mas e se te calasses e me beijasses? Não achas que era melhor? – Sorri.

- Ué, não sei se me apetece não.

- Pronto, não te apetece a ti apetece-me a mim. – Nem dei tempo de ele responder.

Pôs-lhe a mão atrás do pescoço e puxei-o para baixo. Fogo, agora é que eu notava mesmo a nossa diferença de alturas, os meus míseros 1.58m contra os 1.88 dele. Mesmo assim, com alguma força consegui pôr o pescoço dele ao meu nível, não sem antes me pôr em bicos de pés, e beijei-o. Foi um beijo demorado e ao mesmo tempo ritmado, fui aumentando o ritmo do beijo e ao mesmo tempo a profundidade que a minha língua invadia sem pedir a boca dele. Ele voltou a parar o beijo.

- Fogo, tu deves mesmo me detestar beijar. – Disse eu fazendo-me de amuada.

- Não é nada disso meu anjo, mas você me deixa sem fôlego com este beijos. Eu amo beijar e você mas vou amar mais a partir de agora.

- A partir de agora porque?

- Porque vou puder beijar você sempre que eu quiser.

- Aí sim, e porque?

- Ué , a gente não namora?

- Que eu saiba ninguém me pediu em anda e além disso acho que devemos falar sobre esse assunto.

O David pôs-se de joelhos, eu tentei impedi-lo mas ele não deixou.

- Beatriz Vale, cê quer namorar comigo? . – Eu não sabia o que respoder. Eu querer eu queria mas não sei se é o mais correcto. Pensei em dizer ao David para irmos andando mas ele não iria gostar, eu sabia que não. E agora?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

18º Capitulo - "Espero que o que sentes por mim seja o mesmo que sinto por ti."

Esperei um bocado e saí atrás dele.

Quando cheguei cá em baixo estava só a Inês. Mal me viu veio logo na minha direcção.

- Bia o que é que se passou?

- Olha nem eu sei. O David?

- Está lá fora com o Rúben e com o Javi.

- Ele estava bem?

- Achas? Eu não sei o que se passou com vocês, só sei que ele veio cá abaixo acabou tudo com a outra e depois foi outra vez lá para cima e quando veio vinha com uma cara mesmo de desiludido. O que aconteceu Bia?

- Inês, eu e o David beijamo-nos e depois ele perguntou como ficávamos e eu disse para ele acabar com a Miss, mas eu estava a brincar mas ele não me deixou explicar.

Depois ele chegou lá em cima e disse-me que tinha acabado com ela e eu disse que nós íamos ser só amigos e mais tarde quem sabe, algo mais, mas para já só amizade.

- Tu estás parva Bia? – Olhei-a com uma cara séria, mas mesmo assim ela continuou. – Bia, ouve-me. Eu estive a falar com o Rúben e já sei que tu só deste uma tampa ao David por minha causa, mas meu amor, - dito isto pega nas minhas mãos e olha-me nos olhos. – eu estou muito bem com o Rúben. O que tu fizes-te foi a maior prova de amizade que pode existir e nunca te vou puder retribuir mas está na altura de tu seres feliz. Tu não amas o David, eu sei que não, mas tu estas a começar a gostar dele. Eu conheço-te tão bem meu amor, não fugas do teu coração. Por mim, por ele mas por ti faz o que ele mandar.

Realmente a Inês conhecia-me melhor que ninguém. Ela sabia que se me abrisse os olhos desta maneira eu iria seguir o meu coração. Se eu quero estar com ele e posso estar com ele, porque não estou? Vou seguir o meu coração, se ele me magoar magoou, mas ou menos arrisquei.

- Obrigada. – Foi a única coisa que lhe consegui dizer, saindo em seguida do restaurante.

Cá fora o David estava sentado num banco com a cabeça apoiada nos braços e este apoiados nas pernas. Parecia tão triste. O Rúben e o Javi estavam ao lado dele. O Rúben olhou para mim e fiz sinal para ele e o Javi virem ter comigo.

- Mano, nós vamos lá dentro. Ficas bem? – Disse o Rúben para o David.

- Sim manz, já disse que vocês podiam ir. – Respondeu o David sem nunca mexer da posição inicial.

Eles chegaram a minha beira e o Rúben falou:

- Olha eu não te conheço mas não tinhas o direito de fazer aquilo ao David.

- Desculpa. Não foi … por mal. – As lágrimas caiam intensamente sem eu as poder controlar. O Rúben abraçou-me.

- Hey, também não é preciso chorares.

- Rúben, posso vos pedir uma coisa?

- Diz.

- Vão lá para dentro ter com a Inês para ele falar com o David.

- Bia, não lhe faças o mesmo outra vez.

- Prometo que desta vez vai ser diferente Rúben.

Ele apenas sorriu, deu-me um beijo na testa e seguiu para o bar. O Javi apenas me olhou e deu um sorriso.

Dirigi-me até David. Partia-me o coração vê-lo assim e ainda por cima por minha causa.

Pôs-lhe a mão no ombro.

- Manz, cê não disse que ia para dentro? – Atirou ele sem nunca olhar para cima. Eu não respondi apenas lhe passei a mão pela cara. Senti-a molhada, David estava a
chorar. Ao perceber que não era o Rúben ele disse:

- Se é você Sofia pode ir pelo mesmo caminho. Ela pode não querer nada comigo mas isso não implica que o que eu sinta por ela acabe.

- Espero que o que sentes por mim seja o mesmo que sinto por ti. – Ao ouvir a minha voz o David olha para cima. Um largo sorriso apareceu na sua boca.

Ele ia falar mas eu impedi ao saltar para o seu colo e dar-lhe um beijo, um beijo diferente dos que tenhamos dado antes, era um beijo que mostrava o que ambos os corações sentiam, era um beijo cheio de união.

Especial *.*

Hoje é um dia especial.

O "nosso" querido Rúben Amorim faz 26 anos e por isso quero deixar-lhe os Parabéns, que o dia lhe corra bem e que melhore depressa.

Nesta altura ele precisa de todo o nosso apoio, e nós, vamos mostrar como é a familia benfiquista.

Rúben, podes contar connosco.

Rápidas melhoras e mais uma vez PARABÈNS (;

Sorriso *.*



Tão lindo (a)



Capitão (L)



Selecçao *,*



Familia (;



Mano :b





E por fim, a dedicatória (L)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

17º Capitulo - Não fala não, apenas viva"

- Sim. Pela primeira vez na minha vida depois do que aconteceu com o Tiago decidi seguir o coração.

Sem que ninguém desse conta eu e o David dirigimo-nos para o telhado.

- Diz. – Eu falei de forma bruta, pois se assim não fosse não sabia quanto tempo conseguia lhe resistir.

- Cê me disse que não queria nada comigo por causa da Inês certo?

- Sim.

- Mas agora a Inês está afim do Rúben.

- Sim, e?

- E agora você não tem nenhuma desculpa para me dar o fora.

- Tenho.

- E qual é?

- Tu namoras.

- Eu comecei a andar com a Sofia para esquecer você.

- Mas eu vi tu a chamar-lhe de amor e essas cenas.

- Sim, para meter ciúme em você.

- David, isso é muito mau. Não se faz.

- O que é muito mau é eu estar sempre pensando em você e cê não querer nada comigo.
Consegue imaginar como eu fiquei aquele tempo sem a ver e como fiquei hoje quando a vi?

- David…

- Não, me deixa terminar tudo de uma vez. Eu nao posso dizer que amo você, porque é mentira. Não amo porque cê não me a deixa conhecer melhor. Mas posso dizer e afirmar que você mexeu comigo, ainda mexe garota. – Ele ia-se aproximando cada vez mais de mim. – Cê não imagina como é difícil para mim estar aqui sem puder tocar você, beijar você, dizer o quanto cê tá bonita, tudo isso.

- David …

- Não fala não, apenas viva.

O David aproximou-se ainda mais de mim, fez uma festa na minha cara e deu-me um pequeno beijo. Não consegui resistir mas também não retribui o beijo. Ele vendo que eu não correspondi, afastou-se. Pus o meu lado racional de lado e deixei-me levar.

Agarrei-lhe o braço fazendo-o virar-se para mim e lancei-me no seus braços como se não houvesse amanha. Beijei-o, foi um beijo que trazia um pouco de tudo, paixão, desejo, certeza, dúvida, mas acima de tudo era um beijo carregado de saudades, saudades do tempoq eu não nos vimos mas também saudades da boca um do outro, que em plena praia se conheceram pela primeira vez. Nessa altura, tínhamos apenas o mar como testemunha, agora, tínhamos apenas uma grande lua cheia, cuja sua luz incidia com grande intensidade nas nossas caras, fazendo-as brilhar, aliás, todo o nosso corpo brilhava, mas era uma luz diferente, era a luz do sentimento que nutríamos um pelo outro.

Foi o David que quebrou o beijo. Agarrou-me nas minhas mãos e olhou-me nos olhos.

- O que quer isto dizer?

- Quer dizer que tens exactamente dois minutos para acabar tudo com a Sofia.

- Não saia daqui.

Eu nem consegui responder, o David saiu logo do telhado. Será que ele ia fazer o que eu achava que ele ia fazer?

Passados cerca de dois minutos ele voltou.

- O que foste fazer?

- Acabar tudo com a Sofia.

- O quê?

- Sim.

- O que lhe disses-te?

- Disse que era melhor a gente acabar que eu já não conseguia esconder o que sentia por uma rapariga muito muito especial.

- E ela?

- Ela…

- Ela o quê David?

- Ela disse que eu me ia arrepender mas eu não liguei e vim de novo ter com você.

- David…

- Bia, não pense. Viva.

- Nós temos de falar. Tu não me és indiferente, aliás és muito importante para mim, mas eu não quero assumir nada por agora.

- Cê tá brincando comigo não está?

- Não David, nós precisamos de nos conhecer e depois se der em mais alguma coisa que amizade muito bem se não der ficamos amigos.

- E porque você me mandou acabar com a Sofia?

- Olha primeiro eu estava a brincar quando disse isso mas tu foste logo e nem me deixas-te explicar e segundo porque ela era uma interesseira do caraças e só estava contigo pelo teu dinheiro.

- Como cê pode saber isso se só a conheceu hoje?

- Eu sei ver quem é miss á distância.

- Cê só pode tar brincando comigo. Olhe eu tenho de ir fique bem.

E saiu. Deixou-me ali sozinha. Porque razão ele tinha tido esta atitude? Eu só disse a verdade. Secalhar nunca o devia ter beijado. Aí, o que é que eu faço agora?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

16º Capitulo - "O que é que você me chamou?"

Dirigi-me á mesa onde eles se encontravam. Boa. O único lugar que faltava era o meu e era mesmo em frente ao David e entre O Javi e a Inês.

Quando lá cheguei, sentei-me e o Javi perguntou-me:

- Está tudo bem?

- Sim não te preocupes.

- Sabes uma coisa, és de facto uma rapariga muito bonita.

- Oh, não digas isso que fico envergonhada.

- Mas é a verdade.

- Não, não é. – Disse-lhe eu batendo-lhe levemente no braço.

- É sim. Queres ver como és? – Ele nem me deu tempo de responder, virou-se para o Rúben e perguntou. – Rúben, a Bia é ou não é linda?

- Sim, é muito bonita.

- E tu David, não achas a Bia linda? – Pronto, agora é que o caldo está entornado.

- Eu não tenho de achar nada.

- Oh tá bem David mas sabes olhar para uma rapariga e dizer se ela é bonita ou não.

- Para mim a pessoa mais bonita é a minha namorada. – Eu não consegui evitar e sorri. O que fez o David continuar. – Tá rindo de quê?

- Nada nada, coisas minhas.

- Deves-te achar melhor que eu não? – Pronto, agora meteu-se a miss, é que não me faltava mesmo mais nada.

- Oh minha filha eu não me acho melhor que ninguém nem inferior a ninguém logo nós estamos no mesmo nível queridinha.

- Isso querias tu. Eu não sou da tua laia ouvis-te bem?

- Olha mas o que é que tu me estas a chamar?

- Exactamente o que tu percebes-te querida.

- Já chega. E isto é para as duas. – O David tinha-se metido. Mas ainda não tinha acabado. – E agora Bia, veja se deixa de mandar boquinhas que aqui a minha namorada estava muito bem até você começar a falar.

- Olha lá oh jogador de meia tigela, mas o que é que tu queres? Acho que a conversa ainda não chegou á parte dos ignorantes. – Sim, eu tinha sido bruta mas eu estava-me mesmo a passar.

- O que é que você me chamou?

- Ouvis-te mal? Queres que repita? Jo-ga-dor de meia ti-ge-la.

- Pronto acabou. Fogo, já estou farto de vos ouvir mén. Vamos acabar de jantar para depois irmos sair e não quero ouvir mais discussões. – Desta vez foi o Rúben que falou.

O resto do jantar correu minimamente normal. Sempre que eu e o David nos olhávamos era que se nos matássemos um ao outro apenas com o olhar.

Depois cada “casal” foi num carro e seguimos para o bar.

Quando chegamos o bar não estava muito cheio mas também nós estávamos na parte VIP.

- Queres dançar comigo?

- Sim.

Eu e o Javi estávamos a dançar e de repente parece que é para torcar de pares. Eu fico a dançar com o Rúben. A música acaba e começa uma romântica. O Rúben dança com a miss e o Javi com a Inês, visto que era para rodar todos os pares. Eu e o David ficamos sem saber o que fazer. No fim lá nos juntamos para dançar. Estávamos muito juntos, agarradinhos, pois a música assim o pedia.

- Não gostei da sua atitude no restaurante. – Segredou-me o David.

- Eu também não gostei nem da tua nem a da miss.

- Cê tá com ciúmes.

- Não estou anda.

- Está sim.

- David, que razoes é que eu tinha para ter ciúmes?

- Não sei me diga você.

- Mas não há razões.

- Cê pode vir comigo lá em cima ao terraço do bar um pouquinho? – Eu não sabia o que responder, o meu coração dizia para responder que sim mas a minha cabeça ordenava que não. O que iria eu lhe responder?

domingo, 23 de janeiro de 2011

15º Capitulo - "Escolhi e não volto com a minha palavra a trás"

Entrei no carro com o Javi.

- Então, de onde conheces o Ruben? – Perguntou o Javi tentando iniciar uma conversa. E agora? O que ia-lhe responder? Porque para responder a isso tinha de falar no David, coisa que neste momento não queria. Resolvi contar-lhe a verdade, ocultando apenas algumas partes. Mas antes, tentei desviar um pouco o assunto.

- Como sabes que conheço o Rúben?

- Porque ele disse que te conhecia, e se ele te conhece é lógico que o conheças a ele. – E riu-se. Não me contive e ri-me come ele.

- Ah.

- Mas ainda não respondes-te há minha pergunta. De onde o conheces? – Era agora que estava feita. Pronto, ia responder ocultando apenas “pequenos” pormenores.

- Foi assim, eu tenho contrato com uma editora musical e entao fui contratada para cantar numa festa de aniversário e era a festa de anos do David. O Rúben também lá estava e deu-se muito bem com a Inês e como ela é a minha melhor amiga conhecemo-nos.

- Agora entendi. Eu não fui a esse jantar porque estava com a Elena. – O seu sorriso desvaneceu quando pronunciou esse nome.

- Eu sei quem é. É a tua namorada.

- Ex-namorada queres tu dizer.

- Ex? Ah?

- Sim, ela foi-se embora. Mas eu não quero falar dela. A Elena pertence ao meu passado e neste momento não a aceitava nem pintada de ouro.

- Desculpa, não devia ter perguntado.

- Não te preocupes Bia, fui eu que falei nela.
Eu apenas lhe sorri. Nesse momento o Javi para o carro e vejo no nosso lado direito um restaurante muito bonito.

- Chegamos? – Perguntei eu não sabendo bem onde estava.

- Sim. Nós costuma-mos vir sempre aqui depois dos jogos em casa. Ligamos a reservar a sala e assim não somos incomodados e como a comida é muito boa ainda melhor.

- São mesmo jogadores de futebol, só pensam em comida. Pensar em marcar golos e jogar direito já não é com vocês. Vou sugerir á liga que ponha a bola em forma de pão de hambúrguer, pode ser que assim marquem mais golos.

Rimo-nos perdidamente os dois com esta minha afirmação. O Javi começou-me a fazer cócegas. Neste momento já estamos fora do carro. Estávamos no jardim do restaurante visto que ainda ninguém tinha chegado. Com tantas cócegas e tanto riso acabamos por cair na relva, ficando ele por baixo e eu por cima. Paramos de rir, mas nossas caras estavam a milímetros de distância.

- Tamos interrompendo alguma coisa? – Sai rapidamente de cima do Javi. Estavam ali os quatro, o David e a sua “miss”, o Rúben e a Inês.

- Não. Estávamos só a falar e escorregamos na relva. – Disse eu de uma maneira mesmo muito atrapalhada.

- Sim foi isso. – Completou o Javi.

Já estávamos ambos de pé. Todos se riram menos eu, o Javi e o David. O Rúben e a Inês entraram no restaurante, a miss entrou a seguir, eu ia a entrar com o Javi quando me agarram no braço.

- Posso falar com você um minuto? – Ele não estava a fazer aquilo.

- Claro. Javi, eu já vou. Guarda-me lugar sff.

- Claro Bia, vou-te guardar mesmo ao meu lado. – Ambos sorrimos.

- Pronto, já podemos falar. O que queres? – Disse eu de maneira fria virando-me para o David, sem nunca o encarar nos olhos.

- Passa-se alguma coisa entre você e o Javi?

- Não tens nada haver com isso. E se foi esse o motivo desta conversa, é melhor ires para dentro, a miss pode desesperar.

- Miss?

- Sim, a tua namoradinha.

- Cê tá com ciúmes?

- Ciúmes? Oh meu filho eu posso ter tudo menos ciúmes.

- Foi você que escolheu assim naquele dia.

- Escolhi e não volto com a minha palavra a trás. A minha decisão está tomada.

O David nada disse apenas entrou no restaurante. Esperei uns minutos e fiz o mesmo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

14º Capitulo - "Até tou pra ver como vai correr este jantar, tou tou"

Olá meninas (;

Queria apenas relembrar-vos da minha outra fic, chamada "Viver o Presente sem medos". Podem lê-la através deste link http://viveropresentesemmedos.blogspot.com/ .

Outra coisa é os comentários, meninas digam a vossa opinão, se nao gostaram do capitulo digam e apontem tambem as razoes desse desagrado. Preciso de saber a vossa opiniao.

Obrigada

Beijinho*

Nii'i

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( Visão do David )

O jogo já tinha acabado e nós estavamos nos balneários o tomar o banho. Havia uma coisa que nao me saia da cabeça. Já só estavamos três no balneário, eu, o Rúben e o Javi. Então aproveitei e matei a minha curiosidade.

- Javi, para quem eram aqueles dois golos?

- Sim, diz ao pessoal quem é a miúda. - O Rúben tinha de se meter.

- Era para uma rapariga que conheci 10 minutos antes do jogo.

- Ah??? - Dissemos os dois juntos.

- Calma pessoal, eu explico. Então é assim, lembram-se quando eu tive de ir outra vez aos camarotes buscar a braçadeira de capitão que o David se esqueceu? - os dois afirma-mos com a cabeça que sim. - Pronto, quando vinha para o balneário outra vez, como vinha a correr choquei contra uma rapariga, uma rapariga mesmo linda, e como recompensa de ter ido contra ela disse que lhe dedicava se marcasse algum golo. Pronto é isto. - Agora eu já estava esclarecido.

- Olhe Javi acho muito bem. A Elena foi embora e voçê não pode ficar a pensar nisso a vida toda. Agora é bola pra frente cara e se voçê achou gracinha a essa garota então tente a conhecer. - O Javi merecia, desde que a Elena foi embora e o deixou sozinho ele andava muito em baixo.

- Nao sei David. Mas secalhar é isso que vou fazer.

- Mas sabes ao menos o nome dela? - Perguntou o Rúben.

- Sim, chama-se Bia. - Este nome trazia-me recordações, eu ainda nao a tinha esquecido. Sim, namorava com a Sofia mas nao conseguia tirar da cabeça a Bia. Mas de certeza que nao era a mesma Bia, o nome é que era o mesmo. E se fosse a mesma?

- Espera lá. Essa tal de Bia estava nos camarotes? - Perguntou o Rúben. Enquanto isso já tinhamos saido dos balneários e estavamos no corredor de acesso á sala onde os familiares e amigos esperam.

- Sim, quer dizer, acho que sim, pelo menos estava no corredor de acesso lá.

- E ela tinha calçoes de ganga e casaco preto? - Insistiu o Rúben. eu nao percebia o porque desta insistencia toda.

- Sim. Mas como sabes? - O Javi tinha as mesmas dúvidas que eu.

- Isto nao vai correr bem, nada bem mesmo. - Dizia o Rúben.

- Cê tá dizendo isso porquê?

- Já vais perceber o porquê David. - Dito isto ele abriu a porta da sala.

As minhas suspeitas confirmaram-se, era ela, a "minha" Bia era a mesmo Bia do Javi.

Agora eu percebi o comentário do Rúben.

Ela tava tão linda, aliás, como tá sempre. Ela tava de costas e nao nos viu entrar.

Seguimos os 3 até junto dela e da Inês, sim, eu reconheci-a, já nao via ambos desde o dia dos meus anos. Desde o dia em que tudo se desmuronou.

- Olá meninas. – O Rúben despertou-me dos pensamentos.

- Olá – Responderam elas as duas. Eu não conseguia deixar de olhar para a Bia.

- Obrigada pela dedicatória. – Disse ela virando-se para o Javi. Caraca não podia ser, quem me mandou dizer ao Javi para tentar conhece-la?

- Não foi nada de mais, eu prometi e compri.

- Mas só prometes-te um, não era preciso teres dedicado os dois.

- Sim, eu sei. Mas eu quis dedicar-te os dois. – Eu não tava acreditando nisso não. Sim, eu estava com o saco cheio de ciúmes mas eu não podia fazer nada. Ela tinha sido bem clara naquela noite.

- Olá meu amor. – Pronto, era mesmo só agora a Sofia que em faltava. Coitada, ela não tem culpa de nada. Eu gostava dela sim, mas não a amava.

- Olá gatinha. – E beijei-a, beijei-a como nunca antes a tinha beijado. Sim, era para a Bia ver bem que eu já tava noutra, apesar de não ser verdade.

- Bem pessoal e se fossemos jantar? – O babaca do Rúben tinha de quebrar aquele beijo.

- Por mim, também já tenho fome. – Respondeu o Javi.

- Então fazemos assim, David tu vais com a Sofia no teu carro, tu Javi vais no teu e eu vou no meu com a Inês e a Bia. Que vos parece?

- Eu fazia muito gosto que a Bia viesse comigo, para eu não ir sozinho. – Disse o Javi.

“ Para eu não ir sozinho”, aquele cara não arranjava uma desculpa melhor não?

- Claro que vou Javi. – Ainda por cima ela tinha aceitado.

Lá combinamos onde nos encontrar e cada um seguiu no seu carro. Até tou pra ver como vai correr este jantar, tou tou.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

13º Capitulo - "O Javi marcou dois golos e dedicou-mos"

Ele estava lá. Por um lado nao o queria ver mas por outro, fiquei feliz, já nao o via há muito tempo e sentia saudades. Ele nao me viu. Estava de costas a falar com mais alguns jogadores. De repende vejo o Rúben a dirigir-se até nós.

- Olá meninas. - Disse ele com aquele seu sorriso, comprimentando cada uma com dois beijinhos.

- Olá. -Respondemos eu e a Inês em conjunto.

- Ainda bem que vieram.

- Eu nao queria muito mas a Inês é tão chata que pronto, lá me convenceu.

- Ainda bem que ela te convenceu.
Enquanto a Inês e o Rúben se olhavam nos olhos aproveitei para olhar de novo para o local onde o David se encontrava. Continuava de costas. Vejo uma rapariga muito bonita a dirigir-se até ele. Ela parecia que ia para uma festa na maneira que estava vestida.




Como estavamos perto, esforçei-me para ouvir a conversa, sei que nao se deve fazer, mas eu queria mesmo saber quem ela era.

- Olá meu amor. - Disse a rapariga. Meu amor? Não, nao pode querer dizer o que eu estou a pensar.

- Oi amô. - Ok, agora era oficial, eles deviam namorar. Tive a minha confirmaçao logo de seguida, eles beijaram-se. Nao se importaram com mais ninguém naquela sala e beijaram assim sem mais nem menos.

- Amor, quando marcares um golo agora no jogo dedicas-me?

- Claro gatinha.

- Olha e depois do jogo como é?

- Eu vou jantar com algum pessoal. Voçê quer vir?

- Claro amor, mas antes passamos por minha casa para eu trocar de roupa pode ser?

- Cê tá tão linda assim.

- Oh, mas tu sabes que eu gosto de ser a mais linda. - Realmente aquela de convencida nao tinha nada.

- Voçê pra mim é a mais linda.

Senti o meus olhos ficarem cheios de lágrimas. Deixei de ouvir a conversa e virei-me para a Inês, que conversava alegremente ao meu lado com o Rúben, e disse-lhe:

- Amor vou a casa de banho.

- Nao queres que vá contigo?

- Nao é preciso eu já venho.

Ela sorriu e eu fui em direcçao á casa de banho. Quando lá cheguei verifiquei que nao estava ninguém em nenhum compartimento. Encontei-me a parede e chorei, chorei de triste, de dúvida, de raiva e de amor, chorei por ter sido parva e por deitado tudo fora. Tudo tinha sido culpa minha. Mas secalhar era assim que tinha de ter acontecido, secalhar nunca iamos ser felizes e ele era feliz com aquela rapariga.

Levantei-me, lavei a cara e retoquei a maquilhaguem para a Inês nao desconfiar. Saio da casa de banho e vou em direcção aos camarotes quando vou contra alguém que está a correr no corredor.

- Aí. - Queixei-me eu, quando aquela pessoa me deitou ao chão.

- Descupa nao te vi. Estás bem? - Olhei para a pessoa e era o Javi Garcia. Sorri ao me aperceber de quem ele era.

- Sim estou bem, obrigada. Eu acho que é melhor ires porque acho que já estas atrasado.

- Realmente estou mesmo. Mas estas mesmo bem?

- Sim, assério, nao te preocupes. Bom jogo e marca muitos golos.

- Obrigada e se marcar um dedico-te, para me redimir de te ter aleijado.

- Não é preciso.

- Eu insisto.

- Assim sendo, obrigada.

- Mas eu ainda nao marquei.

- Ás vezes as intenções valem mais que as acções.

- Tens razao.

Sorrimos e ele continou a correr para o lado dos balneários. Eu continuei para os camarotes.

- Olha? - Chamou o Javi parando a corrida e olhando para trás.

- Sim?

- Qual é mesmo o teu nome?

- Bia, chamo-me Bia.

- Prezer Bia, eu sou o ...

- Achas mesmo que precisas de apresentações?

Rimo-nos os dois.

- Tens razao. Olha então até logo Bia.

- Até logo Javi.

Cada um continuou o seu caminho inicial.

Quando lá cheguei o David já nao estava lá. Era melhor assim.

Vi a Inês já sentada e dirigi-me até ela.

- Demoras-te. - Disse ela enquanto eu me sentava.

- Desculpa mas fui contra o Javi Garcia.

- Nao tem mal amor.

O jogo passou a correr, o Benfica ganhou por 0-3. O Javi marcou dois golos e dedicou-mos. Fiquei tão contente. A inês tambem estava bastante contente porque foi o Rúben que marcou o outro golo e dedicou-lhe.

A Inês passou o jogo a mandar boquinhas sobre o Javi mas eu disse-lhe que ele estava apenas a ser simpatico.

A "miss", como eu chamava á namorada do David, tinha estado o jogo todo ora a retocar a maquilhagem, ora a arranjar o cabelo ora a olhar para as unhas, enfim uma verdadeira miss.

Já passavam 10 minutos desde o fim do Jogo e já pouca gente se encontrava tanto no estádio como no camarote.

- Inês que fazemos agora?

- Agora vamos para uma sala que é onde se espera pelos jogadores. O Rúben explicou-me onde era e disse para esperar-mos lá pelo Rúben.

Limitei-me a sorrir enquanto a Inês começava a andar. Eu segui-a por entre corredores até que chegamos á porta dessa sala.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

12º Capitulo - "Quero ver o meu Benfica ganhar aqueles tripeiros de meia leca"

Passou um mês desde a última vez que vi ou falei com o David. A minha relação com a Inês ia mais que bem. Ela nao quis saber mais do David, disse que ele foi o causador de uma discução nossa e assim nao queria saber dele. Bem, eu acho que ela dava esta desculpa porque andava de olho noutro jogador, sim, a Inês começou a sair com o Rúben desde o dia de anos do David e pelo que sei estavam a dar-se muito bem. Mesmo assim, ela evitava o assunto David entre nós.

Hoje é dia 22 de Maio e há clássico na Luz. A Inês chateou-me tanto a cabeça para ir e eu lá aceitei. A verdade, é que depois do que se passou com o David nunca mais pus um pé na Luz, no estádio do meu glorioso. Ela estava em minha casa, estavamo-nos a vestir para ir ver o jogo.

- Inês, olha e os bilhetes? - Sim, porque eu tinha-me esquecido de ir comprar os bilhetes.

- Eu tenho o teu.

- Quanto pagas-te? Para eu te dar o dinheiro.

- Oh Bia, nem penses.

- Diz lá tótó.

- Tótó o caraças, mas depois pagas-me um jantar. Está melhor assim?

- Sim , muito melhor.

- Bia, já sabes o que vais levar?

- Oh Inês é só um jogo de futebol.

- Sim, mas depois vamos jantar.

- Sim , jantar eu e tu.

- Pois...


- Que queres dizer com isso Maria Inês? - Ela nao se chamava mesmo Maria Inês, mas eu quando estava passada com ela chamava-lhe isso porque sei que ela detesta.

- Que horror, nao me chames isso.

- Nao mudes de assunto e responde.

- Eu convidei o Rubén para jantar connosco.

- O QUÊ?? - Ela me podia ter feito isto, não a mim.

- Desculpa, desculpa Bia, mas ele disse que ia jantar sozinho e uma coisa leva á
outra e olha convidei-o. Mas vamos só nós três, não te preocupes amor.

- Olha sabes qual é a tua sorte? É eu gostar muito de ti. - Esboçei um largo sorriso.

- Obrigada melhor amiga - E abraçou-me.

-Bem, vamos mas é despacharmo-nos que eu nao quero perder nem um minuto do meu
glorioso.

Vestimo-nos e seguimos para o estádio.

Bia


Inês




Ainda faltavam uma hora e meia para começar o jogo mas como iamos de metro e de certeza que ia estar cheio.

Demoramos cerca de uma hora a chegar ao estádio. Quando vi aquela maravilha de novo há minha frente era como que se o mundo fosse só aquilo.

- Bia? Bia? - A Inês acordou-me dos meus pensamentos.

- Sim, diz.

-Vamos?

- Sim, claro. - E começei a caminhar para o meu lado direito que era onde ficavam as postas de entrada. A Inês nao se meuxeu, o que em levou a continuar. - Inês, vens
ou ficas?

- Pois sobre isso Bia, nós hoje vamos entrar pelo lado esquerdo.

- Ah? Tu nao me estas a dizer o que eu penso que me estás a dizer pois nao?

- Sim, vamos ver o jogo dos camarotes.

- Desculpa Inês mas eu nao vou.

-Bia, faz isto por mim. Eu estou mesmo a gostar do Ruben, por-favor.

- Olha Inês eu vou porque primeiro quero ver o meu Benfica ganhar aqueles tripeiros de meia leca e segundo por és a minha melhor amiga.

- Obrigada mesmo amor.

Sorrimos e dirigimo-nos para os camarotes. Eu nunca lá tinha entrado e nao sabia muito bem como aquela gente era. E se eu estivesse mal vestida?

Chegamos á porta e a Inês mostrou as credenciais. Quando chegamos aos camarotes encontrei a pessoa que menos queria encontrar neste momento.

11º Capitulo - "Espero que sejas feliz"

- David, a Inês é a minha melhor amiga, e digamos que ela tem um queda por ti. Eu já lhe fiz isto com o Tiago, não vou voltar a fazer. Se a Inês está interessada em ti e quer te conhecer melhor eu não me vou por no caminho dela. Desculpa. – Quando acabei de falar uma lágrima caiu-me. Eu também o queria conhecer melhor, não o amava nem sequer gostava dele mais que amigo mas não sei, era algo que me dizia para o conhecer melhor que não me iria arrepender.

O David não falava, continuava-me a abraçar como se não houvesse amanha, mas não falava, não dizia nada. Eu já estava a desesperar, não sabia o que pensar mas pior, não sabia o que ele estava a pensar.

- David, podias dizer alguma coisa?

- Que quer que eu diga? – A sua voz era distante, fria. Será que o tinha magoado? Mas eu só disse a verdade. Não toda, não disse a parte de o querer conhecer melhor mas a parte da Inês era verdade.

- Alguma coisa, diz o que quiseres mas diz alguma coisa.

- O que eu quero dizer você não vai gostar de ouvir.

- Experimenta.

-Muito bem, depois não diga que não lhe avisei. – fez uma pequena pausa e continuou. – Eu não quero conhecer melhor a sua amiga, eu quero conhecer melhor você. Você virou meu mundo pa ponta cabeceira. Nao a amo mas você mexe comigo.

- David...

- Nao, me deixa terminar de uma vez, queria ouvir e agora vai ouvir.

- Tudo bem, continua.

- No dia em que eu conheci você nem sei explicar, mas fiquei feliz, nao por quase ter atropelado você mas por a ter conhecido. Quando você desmaiou em meus braços eu senti que a podia proteger de tudo nao sabia explicar. Seu geito de menininha mas ou mesmo tempo de mulher mexeu comigo. Mas depois se passou aquilo tudo e ficamos aquele tempo sem nos ver. Eu nunca deixei de pensar em você mas nao a queria pressionar, assim sendo nunca mais tentei falar com voçê. Hoje é o meu aniversário e eu queria convidar você mas achei que nao era correcto, mas quando eu a vejo entrar no palco assim tão linda, era como que se um raio de luz estivesse sobre você, naquele momento naquela sala só existia eu e você. Me desculpa pelo que disse no palco mas eu tinha de falar, nao disse seu nome como pode ver mas precisava de dizer pra você tudo o que me ia cá dentro. Agora eu já entendo tudo, porque voçê me afasta e porque nao quer nada comigo. Mas como eu disse, eu nao posso nem quero forçar nada. Tem de ser uma decisão sua.

Eu nao sabia o que dizer neem que fazer, quer dizer eu sabia o que queria mas nao o podia fazer, neste momento a Inês estava a frente como sempre esteve, eu nao a culpo por isso porque ela está á a frente de tudo porque eu quero. Por muito que em custasse tinha de dizer adeus ao David.

Levantei.me e ele fez o mesmo, virei-me de frente para ele e disse:

- Desculpa, mas a minha decisao é a mesma, nao há nada a fazer. Desculpa. - Disse tentando controlar as lágrimas que me tentavam cair.

-Cê é que decide. Não posso fazer nada pra mudar isso. Bem parece que é o Adeus.

- Sim, é o Adeus.

Ele veio dar-me um beijo na testa e seguiu caminho, eu tambem comecei a andar mas na direcçao oposta. Olhei para trás e chamei-o:

- David. - Ele ao me ouvir chamar olhei de repente.

- Sim. - Disse ele esboçando um sorriso, secalhar pensou que eu mudasse de ideias. Nao podia, tinha de ser firme e nao a podia perder outra vez por um rapaz.

- Espero que sejas feliz. - O sorriso dele desapareceu.

- Cê também. -Disto isto virou as costas e continuou o seu caminho. Eu ainda fiquei mais um bocadinho na praia a pensar e a falar com o mar.

- Será que eu fiz bem? Quer dizer eu nem gostava dele nem sei porque estou assim. Apenas nao gosto de magoar as pessoas, é por isso nao é? Diz-me que sim. - Nesse momento o mar revoltou-se. - Pronto, já percebi que hoje nao estás para conversas.

Levantei-me e fui embora. Era o fim, por muito que me custasse, o David apartir daquele momento passaria a ser só o David Luiz, aquele grande jogador do meu eterno Benfica.

10ºCapitulo - "Toda aVerdade ..."

Quando dei por mim estava numa praia, eu reconhecia aquele lugar, era a mesma praia de quando eu e o David demos o nosso primeiro beijo.

Nao sei porque vim para aqui, secalhar porque queria estar mais proximo dele ou secalhar porque adoro o mar e a praia é como a minha segunda casa.
Sentei-me na areia, queria esquecer este dia mas ao mesmo tempo nao. Este dia foi muito imnportante porque consegui realizar um grende sonho meu e mais importante foi
o meu pai que me ajudou a realizar esse sonho.

Senti alguem a sentar-se atras de mim, ficando eu entre as suas pernas e senti depois um abraço, um abraço muito quente, um abraço de alguem que me apertava com força, um abraço que eu queria á muito tempo, um abaraço que eu precisava.

- Podia ter falado pra mim o que se passava. - Disse ele, sim, eu reconheci esta voz, como a reconheceria em qualquer outra parte do mundo. Era ele, nao tinha ficado chateado mas tinha vindo atras de mim, sabendo exactamente onde me encontrar.

- Como sabias que eu estava aqui? - perguntei eu em dúvida.

- Eu lembrei deste sitio porque foi aqui que a gente se beijou e este foi tambem o unico sitio que eu tive com voçê.

- Ah. - disse eu sorrindo de seguida. Um sorriso que o david nao cosneguia ver, porque eu estava de costas para ele, mas era um sorriso sincero, apelativo mas acima de tudo um sorriso de segurança e felicidade.

- Porque nao falou pra mim o que se estava passando? Eu pensei mesmo que voçe me detestasse.

- Achas mesmo? Isso era impossivel. Queres saber de toda a historia?

- Sim, claro que sim. Isto claro está, se voçê quiser contar.

- Nao tem problema, já que ouviste uma parte, mais vale saberes de tudo. Há uns tempos, eu e a Inês conhecemos o Tiago, era aquele rapaz com quem eu estava a discutir a bocado, e entao eu apaixonei-me por ele mas o problema é que a Inês tambem. Ele disse que era de mim que gostava e era a mim que queria. Eu, na altura era uma inocente e deixei-me levar por ele. Um dia, ele convidou-me para ir a casa dele, passado cerca de uma semana de termos começado a namorar, estavamos em casa dele sozinhos, fomos para o quarto dele e ele começou a me beijar e a tentar tirar-me a roupa, mas eu nao queria, nao estava preparada para isso, visto que ainda era virgem, mas ele insistiu e disse que se eu nao fizesse aquilo era porque nao o amava de verdade. - começavam-me a cair pequenas gotas na cara, tentei controlar mas era impossivel controlar, aquelas pequenas lágrimas traziam grande tristeza dentro delas, mesmo assim, resolvi não parar, o David merecia saber de tudo. – Eu
estava cega na altura e assim sendo fiz o que ele me pediu, se queres que te seja sincera aquilo para mim não foi nada bom, foi-me indiferente
pois apesar de não o obrigar a parar não era de minha vontade fazer aquilo. Os tempos foram passando e a Inês não falava comigo, eu apanhei-
o várias vezes com outras raparigas mas ele dizia que ia mudar e eu ia acreditando, até que um dia a Inês se fartou e veio falar comigo, ou
melhor, abrir-me os olhos. Ela disse que já não gostava dele porque se apercebeu do que ele era, e que, apesar de tudo o que tinha acontecido
entre nós eu nunca tinha deixado de ser a sua melhor amiga. – Agora as lágrimas corriam-me com muita intensidade e sinceramente nem tentei
para-las, quando estava assim, na praia com o mar, não tinha medo de nada nem me preocupava com nada, e além disso aquelas lágrimas eram
lágrimas de desabafo, desabafo esse que já devia ter tido a muito tempo. – Fiquei mesmo comovida com o que ela me disse, marcou-me mesmo e desde esse dia que a Inês é a minha vida, ela é mais que uma melhor amiga, mais que uma irmã, mas que uma vida, podes não te acreditar mas eu era mesmo capaz de dar a minha vida por ela. Assim sendo, eu e o Tiago acabamos, no inicio ele ainda tentou algo mas depois quando o
ameacei com um processo em tribunal ele afastou-se pois sabia que a minha mãe era advogada e que não ia ter hipóteses. Eu e a Inês, nesse
dia fizemos uma promessa, a nossa amizade estaria sempre assim de tudo, não iríamos fazer nada que a pudesse prejudicar mas mais que isso,
não iríamos deixar que nenhum rapaz se metesse no nosso meio outra vez.
 
Acabei de falar, ele permanecia agarrado a mim mas sem nada dizer. Eu também não dizia nada, estava a espera que ele digerisse tudo. Algum
tempo depois ele falou:
 
- Já acabou de contar tudo pra mim?
 
- Sim, a história é só esta. – Não percebi o porque desta pergunta.
 
- Voçê no restaurante disse “Não foi só por causa da Inês que me afastei dele”. Que quis dizer com isto?
 
- Bem … é que …  - Eu tinha ficado atrapalhada com aquilo e não sabia o que responder.
 
- Deixa de enrolar e passa a falar. – Apesar da sua voz estar fria ele continuava a me agarrar. Um abraço que era exactamente quente e seguro,
sentia-me protegida. Eu tinha de falar, tinha de lhe contar tudo e era isso que ia fazer.

9º Capitulo - " Ele ouviu tudo"

Sentei-me numa cadeira em frete ao espelho e chorei, chorei. Chorei por ter conseguido realizar o que o meu pai queria para mim, chorei por estar ali o David, chorei pelo que o David disse, chorei por nao saber o que sentia e chorei por nao ter falado a Inês do beijo.

- Ele estava a falar de ti nao estava? - perguntava-me a Inês. A sua cara era de fúria mas ao mesmo tempo de desilusao e tristeza.

- Sim, era.

- Porque nao me disses-te o que se passou naquela praia?

- Porque eu prometi que o que se passou com o Tiago nao se iria voltar a passar. Nao voltaria a por nenhum rapaz a tua frente, porque tu és a minha melhor amiga. E por falar em Tiago, o que é que ele estava a fazer a tua porta naquele sábado da praia?

- Tu viste-o?

- Sim vi, mas nao mudes de assunto. Responde a minha pergunta.

- Ele queria que eu o ajudasse a voltar para ti. Diz que foi uma estúpidez terem acabado.

- Que lhe respondes-te? - perguntei eu muito friamente.

- Eu disse-lhe que se ele quisesse que te reconquistasse sozinho e disse que nao ia ter muita sorte porque tu namoravas com o David Luiz. - dito isto ela baixou a cabeça.

- Inês, tu estas bem?

- Agora sim, mas eu naquele dia estava mesmo magoada contigo Bia e aquilo saiu-me.

- Nao podia ter saido.

- Eu sei, desculpa.

- Mas ele disse-te que ia fazer alguma coisa?

- Virou-me a cara a foi-se embora a rir.

- Eu conheço o Tiago, ele está a tramar alguma.

Levantei-me e fui a janela. Era o que eu temia, o carro do Tiago estacionado á porta do restaurante. Nem queria acreditar, e se ele fazia alguma coisa ao David? Nao podia permitir isso. Sai pela porta das traseiras sem dizer uma única palavra á Inês. Vi-o, estava parado perto do carro a observar o restaurante até que, a dada altura, se desencosta do carro e vai em direcçao ao restaurante. Corro e ponho-me á sua frente, empurrando-o para trás.

- O que é que tu estás aqui a fazer? - Perguntei eu mesmo fúriosa.

- Olá meu amor. - Baixou a cara ( sim, ele tem mais ou menos a altura do David e eu tenho apenas 1.55cm ) para me beijar e eu dei-lhe um valente estalo.

- É que nem penses.

- Ah pois é, tu agora só ligas ao teu amor rico.

- Cala-te parvo, eu e o David nao temos nada e além disse tu nao tens nada haver com isso.

- Eu amo-te bia.

- Tu nao sabes o que é amor. Só sabes usar as pessoas, ( o meu tom de voz começava a subir ) mas tu deves te lembrar muito bem do que me fizes-te. Ou já nao te lembras? Disses-te que gostavas de mim, que me amavas e no fim, só querias uma coisa, sim só querias sexo. E eu, feita cordeirinho lá ia nas tuas cantigas. Quantas vezes abusas-te de mim? Quantas vezes me disses-te que se eu nao fizesse da maneira que tu querias que acabavas comigo? Quantas? hãn? Responde, deixa de ser cobarde. Mas antes que respondas, é bom que fique bem claro. Essa Beatriz morreu e já nao existe, por isso, esses teus jogos para mim chega. Mas sabes uma coisa que me deixas-te e que nem a nova Beatriz consegue mudar? É saber amar. Eu já nao consigo confiar em nenhum rapaz, nao deixo que me toquem ou que me beijem. Já nao me deixo a mim própria me apaixonar. E já que falas-te no David, queres saber é? Nao foi só por causa da Inês que me afastei dele, foi tambem por causa das marcas que deixas-te em mim, por tua causa nao consigo confiar nele. Já nao me chegava teres-me tirado isto como Deus tambem me tirou o meu pai. Realmente, é o que eu mereço, mereço morrer.

Olhei para trás e vi o David parado, ele acabara de ouvir tudo. Nao queria encara-lo, nem a ele nem a ninguem, por isso sai dali a correr. Tinha trazido a minha pequena carteira e lá tinha as chaves da mota que estava mesmo parada do outro lado da rua. Atravessei, liguei a mota e conduzi sem destino, apenas com uma certeza, eu nao devia existir, devia ter morrido no lugar do meu pai, porque ele ajudava pessoas eu, eu nao ajudo ninguem.

8º Capitulo - " Confissões e a Carta"

Depois lembrei-me de uma coisa, aquela carta que ele deu, acho que era o momento certo para a abrir. Abri a gaveta, tirei a carta e comecei a lê-la.

“ Filha, se chegares a ler esta carta é porque eu já terei morrido sem te ter dito o que estava a programar para ti. Sei que um dos teus sonhos é cantares por isso falei com um amigo meu, aquele que tu gostas muito que é o maior produtor de música de Portugal, bem, consegui com que ele te ouvisse. Tens de levar um tema original e encantar. Bia, eu sei que tu consegues, não tenhas medo nem vergonha de cantar em público, faz isto por mim. Tens de estar no estúdio dele quinta-feira, 8 de Abril pelas 10 horas.
Estou a olhar por ti no céu e a ver-te triunfar, lembrar-te, no palco és só tu e a música e ninguém irá se meter no meio.
Um beijo deste teu pai que te adora.”

Quando acabei de ler a carta olhei para o calendário que estava em cima da mesinha de cabeceira, 8 de Abril era amanha, ou seja, tinha até amanha para escrever uma música e ensaia-la.

Ia fazer isso, ia vencer este meu medo de cantar em público pelo meu pai, ele merecia isso.

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(duas semanas depois, 22 de Abril)

- Bia, eu sei que vai ser o teu primeiro espectáculo e que estás nervosa mas não tenhas medo, tu consegues. – Dizia o Luís, que era o tal produtor amigo do meu pai. Eu fui ter com ele naquele dia e cantei, ele gostou tanto que me contratou logo. Passado uma semana ligou-me a dizer que hoje iria ter o meu primeiro espectáculo, era um amigo dele que fazia anos e ia dar um jantar no melhor restaurante de Lisboa e o Luís queria que fosse eu a cantar.

As coisas com a Inês também têm andado bem e com o David, nem se fala. Nunca mais falamos, deixei de ir buscar a Inês ao treino e pedi á minha mãe para deixar de trazer os clientes cá a casa. Porém não deixava de pensar nele e por mais que me custasse admitir eu tinha muitas saudades dele.

- Bia, é agora… - Disse o Luís, interrompendo os meus pensamentos.

Eu nao sabia muito bem o que levar vestido, por isso nao fui nem muito elegante nem muito banal. Fui simples mas o vestido era muito bonito.

Estava nervosa mas ao mesmo tempo confiante. Quando subi ao palco só pensava no meu pai e no que ele tinha feito por mim. Não o iria desapontar.

Cheguei lá, olhei e vi muitas pessoas mas estava mais calma do que pensava.

Coloquei a viola que lá estava ao pescoço e pus o microfone a minha altura, sentei-me no banco e comecei a tocar a introdução.

Os meus olhos encontraram alguém que não esperava, o David estava lá e não consegui desviar o olhar dele, assim sendo cantei toda a música de olhos postos nele e ele de
olhos postos em mim.

Cantei a música da Inês, aquela que lhe tinha escrito para lhe pedir desculpas por oq ue se passou com o Daivd.

A musica termina e todos aplaudem de pé, coloco-me também eu de pé.

O Luís dirige-se a mim e pega no microfone.

- Esta é a Beatriz Vale, grande promessa não? ( virando-se para mim), Bia, é assim que todos te tratam nao é? ( eu acenei em sinal positivo com a cabeça), Diz-me uma coisa, esta musica tem um significado especial para ti nao tem?

-Tem sim, esta música foi escrita para a minha melhor amiga, porque ela é das pessoas mais importantes da minha minha vida e é tambem das que mais amo. Nao imagino a minha vida sem ela. Amo-te tótó. - disse virando-me para a Inês que estava de lado do palco.

Todos se riem e a Inês manda-me um beijo, eu retribui-o.

Passei o microfone ao Luis e ele continuou a falar:

-Bonita declaraçao Bia, mas agora quero chamar o meu grande amigo e aniversariante David Luiz.

David dirige-se para o palco enquanto todos apaludem de pé.

Pega no microfone e diz:

- Em primeiro lugar quero agradecê a todos os presentes, é um dia muito importante para mim e é muito bom que estejam todos os que eu mais amo aqui. - virando-se de seguida para mim, eu envergonhada baixei a cara ele continuou - Em segundo lugar quero dizer que esta rapariga cantou uma muscia que em tocou. Vou vos contar uma historia e vão perceber porque me tocou tanto esta música. Um dia quando ia po treino quase atropelava uma rapariga, a rapariga era baixinha mas muito bonita. Ajudei-a e levei-a ao Doutor Bento Leitao pa ser vista por ele, ao qual quero agradecer, quando ela entrou no consultório viu a cara horrivel ali do manz e demaiou nos meus braços. Eu senti que ela estava segura, que nada lhe podia acontecer. Mas tive de ir para o treino porque o babaca do Rúben nao se calava ...

- Em minha defesa, - diz o Rúben levantando-se - quero dizer já estavmos 30 minutos atrasados e o depois eu por culpo desde cara de cu tinha de correr o treino todo.

Todos se riem e o Ruben faz uma cara seria para o David e este faz o mesmo mas depois ambos se riem.

- Bem, continuando onde eu ia, Fomo po treino e quando ia a sair dos balnearios tive a maior surpresa porque essa rapariga estava lá e estava bem. Falamos muito pouco e depois ela teve de ir embora. Destino ou nao, no dia a seguir quando fui a casa de uma amiga, sim, digamos amiga ela estava lá, mesmo de pijama ela estava linda. Me abriu a porta e disse que nao queria falar comigo. Eu peguei nela, a meti dentro do carro e levei-a para um sitio onde nunca tinha levado ninguem. Falamos e no fim, beijei-a, foi algo que tinha de fazer, algo que nao aguentava mais tempo. Foi um beijo que eu nunca tinha sentido, único, sincero e tudo mais. Depois ela diz que nao quer nada comigo porque a melhor amiga dela estava interessada em mim, entao eu lhe perguntei quando ela pensava primeiro nela, a resposta dela foi " ela estave sempre esteve, está e sempre estará em primeiro lugar na vida, nunca faria nada que a magoasse, para eu ser feliz ela tem de ser feliz", nao sei se foi por estas palavras mas foi mais ou menos, virou costas e começou a correr para longe a chorar. Eu nao fui atras dela porque vi que aquele amiga era mesmo muito importante para ela e eu nao era capaz de estragar uma amizade assim. Tambem fiquei naquela praia sozinho a pensar. Por isso esta musica, como foi para uma melhor amiga mexeu comigo. Mais uma vez obrigada a todos e continuem a aproveitar o resto da festa.

Entregou o microfone ao luis e saiu do palco. Todos se levantam e apaludem. Algumas pessoas choravam com o discurso.

Uma lágrima caiu-me lentamente e nao a consegui evitar. Tambem eu sai do palco e fui para os camarins. A Inês veio atrás de mim.

7º Capitulo - " Reconciliaçao"

Estava tão entranhada nos meus pensamentos que só reparei que o metro tinha chegado quando ele já estava parado a minha frente. Entrei. Como era sábado de manha não estava muito cheio e ainda bem, porque eu estava de pijama. Sentei-me num daqueles bancos de quatro sozinha e enxuguei as lágrimas que ainda me teimavam a cair pela cara triste que levava.

O metro parava mesmo perto de minha casa. Quando cheguei a casa a D.Amélia estava a sair-

- Bom dia menina.

- Bom dia D.Amélia. A minha mãe e a Inês onde estão?

-Olhe menina, a sua mãezinha saiu e disse que só vinha por volta da hora de jantar e a menina Inês também saiu mas não disse nada, disse só que ia para casa.

-Hum, obrigada.

-Adeus menina.

-Adeus.

Sorri, a D.Amélia era muito simpática e não tinha de levar com o que se passava comigo. Entrei, ainda bem que não estava ninguém.

Fui para o meu quarto e troquei de roupa. Vesti um fato de treino preto com uma camisola vermelha e sapatilhas vermelhas, este era um dos meus vícios, combinar todas as peças de roupa.

Depois, fui até ao telhado, na minha casa, o sótão tinha ligação para o telhado e como não era muito inclinado adorava sentar-me lá a olhar o céu. Só ia para lá quando ia fazer duas coisas, ou ia pensar ou ia escrever uma música. Levei a viola comigo, um caderno e uma caneta, sentei-me a pensar, pensei na Inês, como sempre esteve ao meu lado e nunca me abandonou, lembrei-me que ela adorava as minha letras mas nunca lhe escrevi uma canção.Á medida que ia pensando ia tocando uns acordes e saiu isto:

No céu, tantas estrelas
Estão a brilhar
Porém, eu noto-te
Em qualquer lugar
És a estrela que mais brilha
És diferente e reluzente
Tua alma é sincera,
Limpa e transparente

Quero ser igual a ti
Pois como tu não há
Com teu amor….
Eu tenho força para continuar
A conseguir ultrapassar
As barreiras que surgem
No meu caminhar

Gosto de ti
Pois nunca me abandonas-te
sempre que precisei
Estives-te lá e me ajudas-te
Diz-me uma maneira
De te poder agradecer
Por tudo o que dizes-te
Por me ensinares a viver

Quero ser igual a ti
Pois como tu não há
Com teu amor….
Eu tenho força para continuar
A conseguir ultrapassar
As barreiras que surgem
No nosso caminhar

( letra escrita pela autora da fanfic, ou seja pela Nii’i )


Esta música era da Inês e para a Inês, agora só tinha de ir a casa da minha melhor amiga e cantar-lhe esta música eu sei que ela vai perceber o que lhe quero dizer.

Agarrei na viola e no caderno e desci. Saí de casa e dirigi-me para casa da Inês, quando lá cheguei fiquei parada a olhar para a pessoa com quem a Inês estava a falar no jardim, não podia ser verdade, ela não me ia fazer isso…

Aproximei-me e constatei que era verdade, a Inês estava a falar com o Tiago, o mesmo que em tempos namorou comigo e me traiu, o mesmo Tiago que a Inês gostou e eu fui uma parva por namorar com ele sabendo que a minha melhor amiga gostava dele. Mas porquê? Porque que a Inês estava a falar com ele se já não falava com ele há mais de três meses que foi quando acabamos?

Escondi-me no jardim da Inês e esperei que ele fosse embora. Quando ele saiu esperei que a Inês fechasse a porta e toquei a campainha.

-O que é que tu queres? – disse a Inês com voz de zangada.

-Inês não me fales assim.

-Tasse bem. Queres alguma coisa ou não?

-Quero.

Neste momento pousei o caderno no chão, peguei na viola e comecei a tocar a música que tinha escrito para ela. Ainda não tinha chegado ao segundo refrão e ela já estava a chorar.

Acabei a música e pousei a viola. Abraçamo-nos.

- Desculpa meu amor, desculpa desculpa desculpa. Eu não vou fazer outra vez o mesmo, Juro que não.

-Shiu, esquece Bia. Vamos esquecer tudo sim?

Eu queria dizer que sim, mas não pronunciei nem uma palavra, apenas a abracei ainda mais, penso que ela percebeu a minha resposta.

Despedi-me da Inês e fui para casa.

Sentei-me na minha cama e agarrei-me a uma almofada muito especial, não demorou até me começarem a cair as primeiras lágrimas. Era a almofada que o meu pai me tinha dado no dia antes de falecer. Nem acredito, relembrar outra vez. Ele já morreu a cerca de dois meses mas parece tão recente, comecei a sentir muito a falta dele e chorei até não ter mais lágrimas.

6º Capitulo - "Beijo"

- Olá mãe. – Disse eu dando-lhe um beijo.

- Olá D. Fernanda. – Disse a Inês dando-lhe também um beijo.

-Olá meninas. Como correu o vosso dia?

-Bem. – Respondemos as duas ao mesmo tempo, olhando em seguida uma para a outra em rimo-nos. A minha mãe não percebeu nada mas também não perguntou.

-Meninas, eu tenho um novo cliente e ele amanha de manha vem cá.

-Mas mãe amanha é sábado.

- Eu sei filha, mas é muito importante e eu marquei para o sábado mas não se preocupem que ele só vem por volta das 11h.

-Ah, sendo assim na boa mãe.

Rimo-nos as três.

Depois subimos para cima e fomo-nos deitar.

De manha, eu e a Inês acordamos por volta das 10:30 e descemos para tomar o pequeno-almoço. A minha mãe já encontrava acordada e vestida, há espera do tal cliente.

Tocam a campainha.

-Filha, podes abrir e pedir-lhe para esperar um bocadinho?

-Mas mãe, eu estou de pijama?

-Oh, não te preocupes filha.

Eu estava com uns calções mesmo curtinhos e com uma camisola decotada e curta de pijama.

Dirigi-me a porta e abri-a.

-David?

-Bia?

-O que estás a fazer em minha casa?

-Eu vim reunir com a D. Fernanda, minha advogada.

- Com a minha mãe? – disse eu olhando com uma cara de completo espanto para ele.

- Bem, se ela é tua mãe ou não, não sei, só sei que é minha advogada. Mas ainda bem que aqui estás. Nós precisamos de falar.

Eu sabia do que ele queria falar mas não tinha coragem de lhe falar. Ia-lhe a fechar a porta na cara mas ele interrompeu esse movimento, pondo-se entre a porta e a parede e como é lógico ele tem mais força do que eu e empurrou a porta com força para trás, mas sem me acertar com a mesma.

- Não temos nada para falar. Magoas-te-me, depois ajudaste-me e depois eu agradeci.

Não há mais nada para dizermos um ao outro.

Custou-me dizer aquilo e vi que ele também não gostou. O David começava a ser especial mas não me podia esquecer da Inês, ela era a minha melhor amiga.

-Bom dia, estou a ver que já conhece a minha filha. – disse a minha mãe, aarecendo atrás de mim, impedindo-me de continuar com os meus pensamentos.

-Sim, conhecemo-nos ontem.

-Bem, vamos para o escritório sim?

-Não.

-Não? – a minha mãe ficou perplexa a olhar para o David, mas continuou. – não? Como assim?

- Desculpe doutora, sei que fez um enorme sacrifício para me receber a um sábado e ainda por cima em sua casa mas, eu acredito no destino e eu hoje tive um sinal do destino, por isso peço-lhe desculpa pelo que vou fazer e quando voltar explico-lhe tufo – nesse momento vira-se para mim e diz – tu vens comigo agora, quer queiras quer não.

Agarra-me pelo braço e leva-me até ao seu carro, mesmo carro que no dia anterior quase me atropelara.

Ele sentou-me no lugar de acompanhante, colocou-me o cinto, fechou a porta e dirigiu-se para o seu banco fazendo o mesmo que em tivera feito antes.

Eu não conseguia reagir, não conseguia dizer para ele me deixar sair, se calhar eu queria estar ali com ele. Mas será que isso era o mais correto?

Quando dou por mim estou em frente a uma praia, ela estava deserta. O David para o carro e sai do mesmo. Chega a minha beira, abre a porta , desaperta o cinto e agarra.me muito suavemente na mão e leva-me para fora.

Sentamo-nos na areia.

-Eu estou de pijama.

-Não tem problema, é linda de qualquer maneira.

Corei.

-Obrigada. David, porque me trouxeste aqui?

- Não sei, desde ontem que não paro de pensar em ti e quando te vi hoje de manha em cada da doutora Fernanda fiquei ainda mais confuso. Não percebo porque falas-te assim comigo ao telefone. – parou. Notava-se tristeza na voz.

-Falei assim contigo porque a Inês está interessada em ti e ela é a minha melhor amiga.

-E o que tu queres não conta?

- Conta, mas em primeiro ligar está ela.

David levantou-se e puxou-me consigo para cima. Encostou-me ao peito dele e disse-me ao ouvido:

-Eu nunca fiz isto em toda a minha vida. Nunca beijei uma rapariga passado um dia de a conhecer mas parece que isso vai mudar. – Quando ouvi isto, gelei, tudo em mim parou. Não podia ser verdade. O que se estava a passar? Como tudo tinha mudado?

Não respondi, olhei para o mar, estava o pôr-se o sol sobre o mar, era uma imagem que não se via todos os dias, algo único. Quando olho de novo para David, ele aproxima a cara dele da minha e beijamo-nos. Sim, beijamo-nos assim, ao pôr-do-sol, uma imagem mesmo a filme mas que neste momento me estava a acontecer a mim, e eu não queria parar o beijo, sabia que tinha de o parar, mas não queria. Sentia-me bem, sentia-me segura e confiante, sentia-me como se estivesse a vaguear no estremo vazio do longo horizonte, minha cabeça estava na lua e meu coração em mercúrio, mas quente que o lume a arder e do que o sol em Agosto, era assim que ele me fazia sentir, mas eu questionava-me, como é possível sentir tudo isto num único beijo?

Voltei a realidade e parei o beijo. Desviei-me de David, virei-lhe as costas e perguntei a medo:

- Porque?

-Desculpa.

-Porque?

-Era uma coisa que tinha de fazer.

-Tinhas? Por causa disto eu agora vou ter a minha melhor amiga chateada comigo, tu não tens ideia do que foste fazer, eu não quero nada contigo, - comecei a chorar e a berrar-lhe – vai, agora vai já ter com outra, beija outra e leva-a para a cama. É isso que tu queres, é isso que todos querem, eu não sou assim, não vou deixar que me façam isso outra vez, não vou…

Sai dali a correr, o David ficou parado no mesmo sítio. Se calhar foi melhor assim, eu corria pela praia fora até chegar ao metro. Não estava lá ninguém e vi que ainda faltava cerca de 5 minutos para ele chegar. Pôs-me a pensar, eu não ia deixar que me fizessem o mesmo de novo nem ia fazer o mesmo a Inês, ela já me tinha perdoado uma vez sei que não ia perdoar outra. Mas o Tiago, o que o David fez lembrou-me o Tiago, a pessoa que mais odiava e que queria esquecer.

5º Capitulo - "A amizade em primeiro lugar"

- Estou David?

- Sim, quem fala?

- Bem, eu sou a Inês.

- Não conheço nenhuma Inês.

- Sou amiga da Bia.

-A… A Bia que eu conheci hoje? – disse ele com alguma felcidade.

- Sim, essa mesma.

- Então ainda bem que me ligas-te. Podes me dar o numero dela sff? – A Inês ficou
triste com isto que o David lhe disse. Ela não estava a espera de uma nega tão
grande.

-Hum…Bem…Ela está aqui a minha beira, vou lhe passar. – E passa-me o telemóvel.

-Olá. – disse eu. Eu por um lado estava feliz mas por outro não queria magoar a Inês.

-Olá Bia. Então, chegas-te bem a casa? Já estas melhor?

- Sim, já estou pronta para outra. – disse eu, soltando um pequeno riso em seguida.

-Não brinques com coisas sérias. E por falar em coisas sérias, amanha eu tenho
treino as 10 e acaba por olta do meio dia, estava a pensar se não querias ir até ao
Seixal e depois íamos almoçar a beira da praia. Que me dizes? – Eu queria dizer
naquele exacto momento que sim, queria dizer que era o que eu mais queria no mundo,
mas, a Inês quando ouviu isto saiu do meu quarto, eu sabia que ela ia chorar, ela é
como eu, não gosta de chorar á frente de pessoas. Tenho de escolher, mas quem
escolho? Uma melhor amiga de uma vida ou a pessoa de quem estou a começar a gostar?
Escolho o amor ou a amizade?

Eu não vou magoar a Inês como no passado aconteceu com o Rodrigo, a amizade dela é o mais importante na minha vida.

-Bia? Não respondes? – disse o David.

-Desculpa, estava distraída. Desculpa mas não vai dar. – disse eu triste e
envergonhada.

-Oh, na boa. Fica para depois de amanha. - disse ele contente mas eu iria de ter de
estragar essa felicidade por muito que me custasse.

-Acho que não percebes-te, não vai dar nem hoje nem amanha nem nunca David. Desculpa.

E desliguei a chamada. Custou-me tanto fazer aquilo, só me apetecia chorar mas não o iria fazer, não o ia fazer porque a Inês é o mais importante e ela precisa de mim
neste momento.

Sai do quarto e dirigi-me á casa de banho onde estava a Inês.

- Irmã? Abre a porta.

- O que é que disseste? – Ela mostrou uma certa felicidade na voz, sim, eu raramente
lhe chamava irmã, não era porque ela não o fosse para mim mas porque eu não era
pessoa de demonstrar os sentimentos.

- Chamei-te aquilo que significas para mim, - sentei-me encostada a porta mas do lado de fora e continuei a falar – Inês, eu adoro-te, sei que não te digo isto
muitas vezes mas o que interessa é o sentimento e digo-te não existe nenhum
sentimento capaz de expressar o que eu sinto por ti, nenhum tem essa força, essa
harmonia ou esse significado. E é por isso que eu disse ao David que não ia sair com
ele nunca, porque eu quero que sejamos as duas felizes e lembras-te da promessa que
fizemos a cerca de um mês quando … - as lágrimas começaram-me a cair pois ia falar
de uma coisa que ainda me magoava imenso - … quando o meu pai morreu? Prometemos estar sempre juntas e não deixar que nada nem ninguém destrua esta amizade tão linda
e mágica e sentida como a nossa é.

Levantei-me e limpei os olhos, mas, as lágrimas não paravam de cair. Não choro nunca
á frente de pessoas, mas era só a Inês, com ela não tinha segredo nenhuns e não tinha medo ou receio de mostrar quem eu era realmente, com ela eu era eu própria como não era com mais ninguém.

Ela saiu da casa de banho e abraçamo-nos, era uma abraço sincero, um abraço que representava uma amizade muito longa e sem fim á vista.

- Nem acredito que deste uma tampa ao David Luiz por minha causa.

-Tu és muito mais importante que ele, tu és a coisa mais importante da minha vida e eu amo-te.

-Bia? Tu estás bem? – disse a Inês espantada.

-Sim, eu estou muito bem.

- Nunca me disseste que me amavas.

-Há sempre uma primeira vez para tudo.

Voltamos a abraçarmo-nos e a Inês sussurrou-me ao ouvido:

-Eu tanto te amo irmã.

Eu dei um pequeno riso.

Não queria que aquele momento acabasse, não queria separar-me dela, mas ouvi a minha mãe a abrir a porta e fomos ao encontro dela.

4º Capitulo - " Descoberta"

- Achas que estás em condições de conduzir? – Disse o David. Eu fiquei mais vermelha que um tomate.

- Sim, estou. Eu já estou bem obrigada.

- E se tens um acidente?

- Outro? Isso também já era muito azar. - Disse eu rindo-me.

- Não brinques com coisas sérias Inês.

- Eu não estou a brincar. A sério que estou bem, não te preocupes e eu tenho de ir
que a fila já andou e eu estou com pressa. Mais uma vez, obrigada.

- Tem cuidado contigo, adeus.

- Adeus.

Ambos ainda olhamos para trás e sorrimos.

Foi bom tê-lo conhecido, mas já tinha acabado. Não podia durar mais, eu e o David
nunca poderíamos ser amigos. Ele era famoso e eu não passava de uma rapariga normal.

Porém, ele não me saia da cabeça, era algo forte que não conseguia controlar.

- Bia ? Bia?

- Ah, desculpa Inês, estava distraída.

- Pois eu até posso imaginar em que estavas a pensar. – disse a Inês rindo-se em
seguida.

- Não comeces.

- Eu não, só quero que me expliques o que se passou para o David, sim, o DAVID
LUIZ , vir falar contigo.

- Não se passou nada de mais.

- Achas que eu sou burra? Bem, até posso ser mas para isto não.

- Ok, ok Inês, eu conto-te mas só depois de chegar-mos a minha casa.

- A tua casa?

-Sim, porque?

- Porque vais-me pagar o jantar ou já te esqueces-te?

- Não, não me esqueci. Eu vou-te pagar o jantar mas vamos jantar em minha casa. -
disse eu esboçando um largo sorriso em seguida.

A Inês disse qualquer coisa depois, mas sinceramente nem percebi, pois voltei a
pensar nele, eu não podia pensar nele, estava completamente proibido isso acontecer.

Finalmente chegamos a minha casa. Como eu já sabia não tinha lá ninguém.

Subi até ao quarto e a Inês seguiu-me. Deitei-me em cima da cama e a Inês sentou-se
aos meus pés.

- Podes começar. – disse ela com o seu sorriso maravilhoso.

- Começar com o quê? – perguntei eu , fazendo-me de desentendida. Eu sabia o que ela
queria, queria saber o que se tinha passado de tarde mas eu, por um lado queria lhe
contar mas por outro não, pois ao contar-lhe estava a dar demasiada importância ao
que aconteceu. Não é que não tivesse essa importância, porque teve, mas eu tinha de esquecer o que se passou, em especial esquecer que tinha conhecido o David.

- Oh, não te faças de desentendida, sabes bem o que quero saber.

- Não Inês, asserio que não sei.

- Quero saber o que se passou esta tarde.

- Esta tarde? Bem, enquanto foste para o treino, eu fui até á praia e depois fui ter
contigo.

- Não te faças de engraçadinha Bia, o que se passou com o David?

- Ah isso.

- Sim, isso. Anda lá Bia estou a morrer de curiosidade.

- Não foi nada de mais. Quando ia ter contigo ele veio com o carro para trás e quase
me atropelou, depois ajudou-me e levou-me ao médico do Benfica e depois eu agradeci-
lhe. Como vês nada de muito empolgante.

- Posso fazer-te uma pergunta Irmã?

- Claro que podes.

- Tu não sentiste mesmo nada?

- Como assim?

- Tipo, não sentiste nada de especial?

- Tirando a parte de estar perante o DAVID LUIZ jogador, não, nada de mais. Mas
porque essa pergunta?

- É que eu já me tinha cruzado com ele algumas vezes e fiquei interessada nele e
consegui o número dele. E hoje ia-te perguntar se não te importavas que eu começasse
a falar com ele, mas como se passou isto hoje tinha medo que também tivesses ficado interessada.

- Não, podes estar á vontade Inês. – Era claro que eu tinha sentido algo, não o poderia negar, mas também não o poderia dizer á Inês, se ela estava interessada e se isso a fazia feliz eu teria de me habituar á ideia, mas ele, ele não me saia da cabeça. Aquele sorriso, aqueles cabelos e aquele olhar não me saiam da cabeça.

-Ainda bem Irmã, eu não ia fazer nada que interferisse na nossa amizade.
Ambas sorrimos.

Descemos ao piso de baixo e fomos jantar. A D. Amélia tinha deixado carne assada e arroz no microondas para nós aquecermos.

Comemos e a Inês falava e falava e falava mas eu, eu não estava bem. Eu não conseguia deixar de pensar nele e nela. Não conseguia deixar de pensar no David e no que se passou e não conseguia deixar de pensar no que a Inês me disse. Ela era a minha melhor amiga e se ela queria estar com o David eu não me ia meter no meio, por muito que me custa-se.

Por mais que eu tentasse negar aquele momento com o David não me foi indiferente, eu senti algo mas tipo, ele é o David Luiz não é uma pessoa comum, mas mesmo assim eu vou tentar não me meter no meio de eles os dois.

Eu e a Inês subimos para o quarto e a Inês decidiu ligar ao David, visto que ela conseguiu arranjar o numero dele, eu apoiei por muito que me doesse.

3º Capitulo - "Olhar forte e sincero"

Abri os olhos, doía-me um pouco a cabeça e senti-a o meu estômago a "andar ás voltas", não me lembrava do que me tinha acontecido. Olhei para o lado e não estava mais ninguém a não ser um senhor de certa idade, estava virado de costas e não o reconheci. Quando ele se virou, vi quem era, era o doutor Bento Leitão e foi nessa altura que me lembrei do que se tinha passado. Depois de me ter apercebido que era o David Luiz que estava ao meu lado devo ter desmaiado ou coisa assim , porque depois de isso não me conseguia lembrar de nada mais.

O Doutor virou-se e dirigiu-se a mim.

- Então, como se sente?

-Eu? Eu sinto-me um pouco tonta, dói-me um pouco a cabeça e sinto o meu estômago a andar ás voltas.

-Pois, é normal. A menina esteve desmaiada quase 1 hora. Se não fosse o David a agarra-la podia ter dito bem pior.

- Doutor, posso perguntar-lhe uma coisa?

-Sim, claro que pode.

-O David que o senhor referiu era o David Luiz não era? Ou eu apenhas sonhei com isso.

Ele riu-se, não sei se com a minha pergunta ou com a minha ignorância.

-Sim, era o David Luiz que estava aqui e por falar nele, ele deixou-lhe um recado. Pediu para eu lhe dizer que pede imensas desculpas por quase a ter atroplado e pede também imensas desculpas por não puder estar aqui até acordar, mas ele e o Ruben tiveram de ir pois tinham treino e já estavam bastantes atrasados.

-Ok, obrigada doutor. – Disse eu, mas as palavras custaram a sair. Ainda não acreditava, o meu maior ídolo tinha-me pedido imensas desculpas.

- Doutor, desculpe estar a incomoda-lo outra vez, mas não sabe onde o posso encontrar? Era só mesmo para lhe dizer obrigada.

-Sim, sei. Eles hoje treinam aqui no estádio, quer dizer o treino deve estar mesmo a acabar. Mas se a menina for já pode ser que ainda o apanhe.

-Obrigada. Sendo assim, posso ir?

-Mas tem a certeza que se sente melhor?

-Sim, sinto.

-Então, sendo assim pode ir.

-Obrigada doutor, obrigada por tudo mesmo.

Ambos sorrimos e eu saí da sala. Eu conhecia mais ou menos o estádio, de ir ver os jogos tanto de futebol como os da Inês de voleibol. Por falar na Inês, ela deve estar á minha espera á muito tempo e ela detesta esperar, mas, eu tinha de ir a correr para o relvado senão já não apanhava o David e tinha de lhe agradecer por tudo o que fez por mim. Eram só mais 5 minutos, a Inês não se devia importar muito.

Assim sendo, dirigi-me para a porta de saída do relvado e fiquei mesmo desiludida quando lá cheguei, porque já não estava lá ninguém, nem um único ser lá estava.

Quando me ia a virar para vir embora senti uma mão nas minhas costas, era uma mão grande mas suave. Assustei-me e dei um salto.

- Não precisa de se assustar. – disse uma voz, era ele, eu tinha a certeza que era ele. Virei-me e ficamos frente a frente, era mesmo ele.

- Não me assustei, apenas não estava a espera que aparecesses assim de repente.

- Não estava á minha espera?

- Eu?

- Sim, voçê.

- Não, quer dizer sim, quer dizer mais ou menos.

- Em que ficamos? – Disse ele esboçando um largo sorriso.

- Só te queria agradecer por me teres ajudado.

- Agradecê?

- Sim.

- Mas fui eu quem machocou coçê, não teria ficado mal se eu não lhe tivesse batido com o carro.

- Isso foi um acidente e como podes ver eu estou bem. – Disse eu, enquanto dava uma volta. Rimo-nos em conjunto.

- Mas não me chegou a dizer o que vinhas fazer aqui ao estádio.

- Vinha ter com a minha melhor amiga, a Inês, ela joga voleibol e teve treino, que por falar nisso já acabou á muito tempo e ela já se deve estar a passar de estar a tanto tempo a espera.

- Pois, eu também tenho o Rúben a minha espera.

-Bem, assim sendo, Obrigada e até um dia.

-Sim, depois combina-mos um café ou assim.

- Depois vemos isso. Adeus.

-Adeus.

Antes de cada um ir para seu lado, ainda nos olhamos directamente, um olhar forte e sincero.

Corri para ir ter com a Inês, quando lá cheguei ela estava com uma cara que metia medo ao susto.

- Olá Irmã. – Disse eu sorrindo para ver se ela me desculpava.

- Olá. Bia, eu estou á quase duas horas á tua espera, duas horas, sabes o que é isso?

-Eu sei e peço imensa desculpa.

- Só desculpo se me pagares o jantar.

- Combinado. – Rimo-nos as duas.

- Então vamos embora que estou cheia de fome. Ainda sabes onde tens a mota?

- Claro que sei Inês.

- Nunca se sabe. – Disse ela rindo-se, como era habitual nela.

Dirigimo-nos em direcção á mota. O carro do David ainda lá estava, o que significava que ele ainda não tinha ido embora.

Subimos para a mota, colocamos os capacetes e eu pôs a mota a trabalhar.

Quando ir a passar pela porta do estádio, tive de parar pois estava uma fila enorme. Nesse momento sai o David e o Rúben de dentro do estádio e a Inês, diz-me baixinho ao ouvido:

- Irmã, olha ali o David Luiz, o teu ídolo.

Eu não lhe respondi e nem sequer olhei para o local onde eles estavam.

Até que de repente vejo eles já quase ao meu lado. Nesse momento só desejava que a fila andasse, mas ela não andou.

2º Capitulo - "Primeiro Olhar"

Finalmente, avistava o parque de estacionamento do estádio. Dirigi-me para lá e estacionei a mota. Quando ia a atravessar o parque de estacionamento do estádio vejo um carro a vir em marcha atrás e bateu-me e eu em desequilíbrio caí para o chão meia tonta.

O carro parou e alguém sai de lá de dentro. Era alto, tinha um casaco e o carapuço na cabeça. Foi-se aproximando e ajudou-me a levantar.


-Tu estás bem? – perguntou com uma voz meiga e delicada. Tinha um sotaque de brasileiro mas não sei se o seria de verdade, a cara estava escondida pelo carapuço assim como o cabelo.

-Sim, quer dizer mais ou menos. Isto passa-me. – Acabei eu por conseguir dizer.

-Não, precisas de ir a um médico.

Nesse mesmo instante pega no telemóvel e inicia uma chamada.

-Estou Rúben. Ainda estás aí dentro?

- …

- Ainda bem. Preciso que me faças um favor.

- …

- Pergunta ao Doutor Bento Leitão se pode ver uma pessoa que está magoada.

-…

- Ok, então eu vou já para dentro. Ah e não fales a ninguém disto sff.

- …

- Obrigada mano.

-…

E desligou a chamada.

Aquela voz, eu reconheci-a, eu sabia que sim mas só não sabia de onde era. Mas era uma voz doce, uma voz calma e suave. Era uma voz que me fazia sentir bem mas mais que isso, essa voz fazia-me sentir segura.

-Bem, vais ter de vir comigo. Vou-te levar a um médico. – disse aquele rapaz que estava ao meu lado, disse-o de uma maneira doce e calma como a sua voz.

- Não preciso, obrigada. Eu estou bem, isto já passa, foi uma queda pequena.

-Nem pensar, vais agora ao médico. É já aqui no estádio, não precisamos de andar muito. – disse, sorrindo em seguida.

Não insisti mais. Secalhar ser vista por um médico não era assim tão mau.

Ele deu-me a mão, amparando-me e começamos a caminhar em direcção ao estádio.

- Então, como te chamas?

-Bia, quer dizer Beatriz mas toda a gente me trata por Bia, por isso podes tratar-me por Bia, e tu, como te chamas?

- Eu?

-Sim, tu.

-David, chamo-me David.

-Ah, está bem. Tens de ter mais atenção quando conduzes. – disse eu sorrindo para ele.

-Pois, eu estava distraído não foi mesmo por mal. Desculpa-me.

-Oh, não te preocupes, eu estava a pegar contigo.

Dito isto, ele colocou-se a minha frente e abriu uma porta, era toda branca com o símbolo do Benfica e dizia "Departamento Médico".

Quando entramos eu nem queria acreditar, estava lá o Ruben Amorim, sim o Ruben Amorim jogador do Benfica e com ele um senhor com barba branca, devia ser o Doutor Bento Leitão.

Neste momento eu comecei a juntar todas as peças do puzzle. Se eu quase tinha sido atropelada por um Q7 branco, se o rapaz era alto e tinha sotaque brasileiro, se ele se chamava David e se chamou "mano" na chamada ao Rúben Amorim, isso quer dizer que aquele rapaz que me bateu com o carro, aquele rapaz que me ajudou a levantar e que a voz era tão doce, aquele rapaz era o David Luiz, aquele rapaz ali ao meu lado a me dar a mão era o meu maior ídolo e não tinha percebido isso.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

1º Capitulo - " O Inicio"

- Bia, filha acorda, já são horas.



-Sim mãe, já vou.



A minha mãe têm o cabelo loiro como o sol, é magra e alta. É advogada, uma advogada de prestígio e muito solicitada, pois ganha a maioria dos casos em que se envolve.

Vesti-me.




Ainda estava de luto, o meu pai tinha morrido a menos de um mês, morreu de cancro do pulmão, fumava muito. Eu tinha muito orgulho nele apesar de tudo, era médico pediatra, não conseguia ver uma criança a sofrer ue lhe doía imenso. Quando ele chegava a casa depois do trabalho, ia para o alpendre, se sentava no banco de balouçar e ficava muito tempo a olhar para as estrelas, já sabíamos que uma criança tinha morrido ou estava mesmo para morrer lá no hospital. Nessas alturas ninguém o incomodava, pois sabíamos que queria estar sozinho.





Antes de falecer lá no hospital, ele deu-me uma carta e disse-me " Filha, abre esta carta só quando achares que estás pronta para realizar o teu…" e fechou os olhos, sem nunca mais os abrir. Sim, o meu pai morreu nos meus braços sem me acabar de dizer o que tinha a dizer, mas ali a minha frente, fui a ultima pessoa a vê-lo com vida. Eu amava-o mesmo muito. E sabia que ele me amava, ama e sempre me amará.

Até hoje, a carta esáa na primeira gaveta da minha escrivaninha fechada a chave, e eu sou a única que tem chave e, ainda não me sinto preparada para a abrir.





Quando cheguei cá em baixo a sala de jantar, a minha mãe já estava sentada na mesa a minha espera para tomar o pequeno-almoço.



-Olá mãe. – Saudei eu ao mesmo tempo que lhe dava um beijo na sua bochecha rosada.







-Olá filha. – Respondeu ela com a sua voz doce e delicada.



-Devo chegar tarde, tenho um julgamento e não sei a que horas vai acabar, a D. Amélia vai te fazer o jantar, e deixa o meu no microondas.







-Claro mãe, não há problema. A Inês é capaz de dormir cá hoje, visto que amanha é sábado ok?



-Sim filha, eu gosto muito da Inês e sabes disso.







-Obrigada mãe e ate logo.



-Não queres boleia para algum lado?







- Não é preciso, vou na mota com a Inês, ela deve estar mesmo a… (toca a campainha), falando nela. Vou indo .



-Ate logo filha.







Dei-lhe um beijo ao de leve.



Quando cheguei cá fora, lá estava a Inês a esboçar um enorme sorriso, como já era normal nela. Ela fazia-me feliz. A Inês é a minha melhor amiga há muitos anos e nunca, nunca me deixou ficar mal. Diz o que tem de dizer, faz o que tem de fazer mas tudo para o meu bem pois para ela eu sou mais importante do que ela e para mim ela é mais importante que eu, por isso normalmente tratamo-nos por "irmã".







- Olá irmã. – Disse ela começando a caminhar junto a mim para a garagem onde se encontrava a minha mota.



- Olá totó. – Respondi eu, esboçando um enorme sorriso enquanto a Inês me batia no braço em jeito de brincadeira. Abri a garagem, subi para a mota, liguei-a e parei fora da garagem enquanto a Inês fechava a garagem como era habitual.



Fomos ás compras ao Colombo, almoçamos e a inês teve de ir para o treino. Era no estádio da luz por isso nao quis que a levasse, era a menos de minutos.



Eu decidi ir até á praia. Eu adorava o mar, adorava a praia, adorava aquela calma que eles me transmitiam, lá sentia-me mesmo bem.



O mar estava calmo, sem vento e a praia deserta. Sentei-me na fina areia quando de repente sinto uma enorme vontade de ir nadar e assim o fiz, a minha sorte era ter biquíni por baixo. Depois de varias horas dentro de agua resolvi sair.







Vesti a minha roupa e sai da praia. Até que de repente ouço o meu telemóvel a tocar, era a Inês.



-Olá Inês – disse eu – Passa-se alguma coisa?







- Olá Bia, não é nada de mais mas acabou agora o meu treino de voleibol e vou sair agora, queria saber se querias vir aqui ao estádio ter comigo e depois íamos comer alguma coisa , que me dizes?







-Sim, dá-me 10 minutos e eu estou aí. Espero por ti em que porta? Nas traseiras ou na principal?



-Na principal, vou sair pela frente hoje.







- Ok Inês, até já então.



-Até já Irmã. – Disse ela, rindo-se de seguida.



Desliguei o telemóvel e guardei-o na carteira. Não era muito de andar com o telemóvel, só mesmo neste casos, preferia falar directamente com as pessoas.







Subi para a mota e lá me dirigi para o Estádio onde a Inês me devia esperar.

As ruas da capital não estavam com muita movimentação , apesar de ser inicios de Abril. Os estudantes deviam estar na praia, visto que estavamos nas ferias da Pascoa e o calor já se fazia sentir e o resto das pessoas deviam estar a trabalhar ou a regressar dos sitios onde passaram a Pascoa.

Olá (;

Bem meninas, porque me foi pedido passei para aqui a fic "Something".


Nii'i