terça-feira, 18 de janeiro de 2011

7º Capitulo - " Reconciliaçao"

Estava tão entranhada nos meus pensamentos que só reparei que o metro tinha chegado quando ele já estava parado a minha frente. Entrei. Como era sábado de manha não estava muito cheio e ainda bem, porque eu estava de pijama. Sentei-me num daqueles bancos de quatro sozinha e enxuguei as lágrimas que ainda me teimavam a cair pela cara triste que levava.

O metro parava mesmo perto de minha casa. Quando cheguei a casa a D.Amélia estava a sair-

- Bom dia menina.

- Bom dia D.Amélia. A minha mãe e a Inês onde estão?

-Olhe menina, a sua mãezinha saiu e disse que só vinha por volta da hora de jantar e a menina Inês também saiu mas não disse nada, disse só que ia para casa.

-Hum, obrigada.

-Adeus menina.

-Adeus.

Sorri, a D.Amélia era muito simpática e não tinha de levar com o que se passava comigo. Entrei, ainda bem que não estava ninguém.

Fui para o meu quarto e troquei de roupa. Vesti um fato de treino preto com uma camisola vermelha e sapatilhas vermelhas, este era um dos meus vícios, combinar todas as peças de roupa.

Depois, fui até ao telhado, na minha casa, o sótão tinha ligação para o telhado e como não era muito inclinado adorava sentar-me lá a olhar o céu. Só ia para lá quando ia fazer duas coisas, ou ia pensar ou ia escrever uma música. Levei a viola comigo, um caderno e uma caneta, sentei-me a pensar, pensei na Inês, como sempre esteve ao meu lado e nunca me abandonou, lembrei-me que ela adorava as minha letras mas nunca lhe escrevi uma canção.Á medida que ia pensando ia tocando uns acordes e saiu isto:

No céu, tantas estrelas
Estão a brilhar
Porém, eu noto-te
Em qualquer lugar
És a estrela que mais brilha
És diferente e reluzente
Tua alma é sincera,
Limpa e transparente

Quero ser igual a ti
Pois como tu não há
Com teu amor….
Eu tenho força para continuar
A conseguir ultrapassar
As barreiras que surgem
No meu caminhar

Gosto de ti
Pois nunca me abandonas-te
sempre que precisei
Estives-te lá e me ajudas-te
Diz-me uma maneira
De te poder agradecer
Por tudo o que dizes-te
Por me ensinares a viver

Quero ser igual a ti
Pois como tu não há
Com teu amor….
Eu tenho força para continuar
A conseguir ultrapassar
As barreiras que surgem
No nosso caminhar

( letra escrita pela autora da fanfic, ou seja pela Nii’i )


Esta música era da Inês e para a Inês, agora só tinha de ir a casa da minha melhor amiga e cantar-lhe esta música eu sei que ela vai perceber o que lhe quero dizer.

Agarrei na viola e no caderno e desci. Saí de casa e dirigi-me para casa da Inês, quando lá cheguei fiquei parada a olhar para a pessoa com quem a Inês estava a falar no jardim, não podia ser verdade, ela não me ia fazer isso…

Aproximei-me e constatei que era verdade, a Inês estava a falar com o Tiago, o mesmo que em tempos namorou comigo e me traiu, o mesmo Tiago que a Inês gostou e eu fui uma parva por namorar com ele sabendo que a minha melhor amiga gostava dele. Mas porquê? Porque que a Inês estava a falar com ele se já não falava com ele há mais de três meses que foi quando acabamos?

Escondi-me no jardim da Inês e esperei que ele fosse embora. Quando ele saiu esperei que a Inês fechasse a porta e toquei a campainha.

-O que é que tu queres? – disse a Inês com voz de zangada.

-Inês não me fales assim.

-Tasse bem. Queres alguma coisa ou não?

-Quero.

Neste momento pousei o caderno no chão, peguei na viola e comecei a tocar a música que tinha escrito para ela. Ainda não tinha chegado ao segundo refrão e ela já estava a chorar.

Acabei a música e pousei a viola. Abraçamo-nos.

- Desculpa meu amor, desculpa desculpa desculpa. Eu não vou fazer outra vez o mesmo, Juro que não.

-Shiu, esquece Bia. Vamos esquecer tudo sim?

Eu queria dizer que sim, mas não pronunciei nem uma palavra, apenas a abracei ainda mais, penso que ela percebeu a minha resposta.

Despedi-me da Inês e fui para casa.

Sentei-me na minha cama e agarrei-me a uma almofada muito especial, não demorou até me começarem a cair as primeiras lágrimas. Era a almofada que o meu pai me tinha dado no dia antes de falecer. Nem acredito, relembrar outra vez. Ele já morreu a cerca de dois meses mas parece tão recente, comecei a sentir muito a falta dele e chorei até não ter mais lágrimas.

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