terça-feira, 18 de janeiro de 2011

4º Capitulo - " Descoberta"

- Achas que estás em condições de conduzir? – Disse o David. Eu fiquei mais vermelha que um tomate.

- Sim, estou. Eu já estou bem obrigada.

- E se tens um acidente?

- Outro? Isso também já era muito azar. - Disse eu rindo-me.

- Não brinques com coisas sérias Inês.

- Eu não estou a brincar. A sério que estou bem, não te preocupes e eu tenho de ir
que a fila já andou e eu estou com pressa. Mais uma vez, obrigada.

- Tem cuidado contigo, adeus.

- Adeus.

Ambos ainda olhamos para trás e sorrimos.

Foi bom tê-lo conhecido, mas já tinha acabado. Não podia durar mais, eu e o David
nunca poderíamos ser amigos. Ele era famoso e eu não passava de uma rapariga normal.

Porém, ele não me saia da cabeça, era algo forte que não conseguia controlar.

- Bia ? Bia?

- Ah, desculpa Inês, estava distraída.

- Pois eu até posso imaginar em que estavas a pensar. – disse a Inês rindo-se em
seguida.

- Não comeces.

- Eu não, só quero que me expliques o que se passou para o David, sim, o DAVID
LUIZ , vir falar contigo.

- Não se passou nada de mais.

- Achas que eu sou burra? Bem, até posso ser mas para isto não.

- Ok, ok Inês, eu conto-te mas só depois de chegar-mos a minha casa.

- A tua casa?

-Sim, porque?

- Porque vais-me pagar o jantar ou já te esqueces-te?

- Não, não me esqueci. Eu vou-te pagar o jantar mas vamos jantar em minha casa. -
disse eu esboçando um largo sorriso em seguida.

A Inês disse qualquer coisa depois, mas sinceramente nem percebi, pois voltei a
pensar nele, eu não podia pensar nele, estava completamente proibido isso acontecer.

Finalmente chegamos a minha casa. Como eu já sabia não tinha lá ninguém.

Subi até ao quarto e a Inês seguiu-me. Deitei-me em cima da cama e a Inês sentou-se
aos meus pés.

- Podes começar. – disse ela com o seu sorriso maravilhoso.

- Começar com o quê? – perguntei eu , fazendo-me de desentendida. Eu sabia o que ela
queria, queria saber o que se tinha passado de tarde mas eu, por um lado queria lhe
contar mas por outro não, pois ao contar-lhe estava a dar demasiada importância ao
que aconteceu. Não é que não tivesse essa importância, porque teve, mas eu tinha de esquecer o que se passou, em especial esquecer que tinha conhecido o David.

- Oh, não te faças de desentendida, sabes bem o que quero saber.

- Não Inês, asserio que não sei.

- Quero saber o que se passou esta tarde.

- Esta tarde? Bem, enquanto foste para o treino, eu fui até á praia e depois fui ter
contigo.

- Não te faças de engraçadinha Bia, o que se passou com o David?

- Ah isso.

- Sim, isso. Anda lá Bia estou a morrer de curiosidade.

- Não foi nada de mais. Quando ia ter contigo ele veio com o carro para trás e quase
me atropelou, depois ajudou-me e levou-me ao médico do Benfica e depois eu agradeci-
lhe. Como vês nada de muito empolgante.

- Posso fazer-te uma pergunta Irmã?

- Claro que podes.

- Tu não sentiste mesmo nada?

- Como assim?

- Tipo, não sentiste nada de especial?

- Tirando a parte de estar perante o DAVID LUIZ jogador, não, nada de mais. Mas
porque essa pergunta?

- É que eu já me tinha cruzado com ele algumas vezes e fiquei interessada nele e
consegui o número dele. E hoje ia-te perguntar se não te importavas que eu começasse
a falar com ele, mas como se passou isto hoje tinha medo que também tivesses ficado interessada.

- Não, podes estar á vontade Inês. – Era claro que eu tinha sentido algo, não o poderia negar, mas também não o poderia dizer á Inês, se ela estava interessada e se isso a fazia feliz eu teria de me habituar á ideia, mas ele, ele não me saia da cabeça. Aquele sorriso, aqueles cabelos e aquele olhar não me saiam da cabeça.

-Ainda bem Irmã, eu não ia fazer nada que interferisse na nossa amizade.
Ambas sorrimos.

Descemos ao piso de baixo e fomos jantar. A D. Amélia tinha deixado carne assada e arroz no microondas para nós aquecermos.

Comemos e a Inês falava e falava e falava mas eu, eu não estava bem. Eu não conseguia deixar de pensar nele e nela. Não conseguia deixar de pensar no David e no que se passou e não conseguia deixar de pensar no que a Inês me disse. Ela era a minha melhor amiga e se ela queria estar com o David eu não me ia meter no meio, por muito que me custa-se.

Por mais que eu tentasse negar aquele momento com o David não me foi indiferente, eu senti algo mas tipo, ele é o David Luiz não é uma pessoa comum, mas mesmo assim eu vou tentar não me meter no meio de eles os dois.

Eu e a Inês subimos para o quarto e a Inês decidiu ligar ao David, visto que ela conseguiu arranjar o numero dele, eu apoiei por muito que me doesse.

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